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Médico se recusa a realizar cirurgia em paciente do SUS

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28 maio
09:20 2014

Motivo alegado é o valor muito baixo pago pelo procedimento. Denúncia foi feita à Comissão de Saúde da Câmara durante reunião com moradores na Colônia Z3

Durante a reunião da Comissão de Saúde da Câmara, na Colônia de Pescadores Z/3, na segunda-feira, uma moradora pediu para usar o microfone e denunciou: um médico indicado para fazer a cirurgia de retirada de amídalas em seu filho, negou-se a fazer o procedimento porque o valor pago pelo Sistema Único de Saúde é muito baixo

MORADORA fez denúncia ao vereador Marcus Cunha e aos presentes na reunião Fotos/Divulgação

MORADORA fez denúncia ao vereador Marcus Cunha e aos presentes na reunião
Fotos/Divulgação

E mais: orientou a moradora a procurar a Justiça para conseguir a cirurgia. O presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereador Marcus Cunha (PDT) confirmou a informação da mãe: o profissional integra convênio entre a Secretaria Municipal da Saúde e o Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas e não poderia se negar a atender a criança.

“Procurei a secretária Arita Bergmann, que me garantiu que o médico tem que fazer o procedimento. Já temos uma reunião marcada, onde também estará presente a diretora do Hospital Escola, Julieta Fripp, e o vereador Beto Z3, que também foi informado do caso”, disse Marcus Cunha.

EM MARÇO deste ano, foram constatados seis casos de crianças, moradoras na Colônia Z3, que precisavam de cirurgia urgente na área de Otorrinolaringologia. No dia 18 de março deste ano, acompanhadas dos vereadores Marcus Cunha e Beto Z3 as mães se reuniram com a secretária municipal da Saúde para tratar do assunto. Foi agendada  consulta com um profissional, que deveria realizar os procedimentos.

REUNIÃO – Em mais um encontro com moradores, a Comissão de Saúde da Câmara constatou a situação existente nas demais unidades básicas do município: a deficiência no atendimento. E mais: anos atrás, a Z/3 possuía seis médicos, entre eles, um psiquiatra. Hoje, apenas dois profissionais atendem a quatro mil moradores.

Da tribuna da Câmara, ontem, o parlamentar lembrou que a questão da saúde mental é muito séria e que a situação da Colônia de Pescadores expõe a triste realidade enfrentada por quem precisa de consultas e atendimento nesta área. “A depressão atinge cada vez  mais pessoas, e o número de médicos é menor. O poder público não disponibiliza psiquiatras suficientes para a demanda”, afirmou o vereador.

Segundo Cunha, a situação não se restringe apenas aos moradores da Z/3, mas a toda a população pelotense e brasileira. Na Z/3, a comunidade lembra que há alguns anos, além do quadro de médicos a Unidade Básica de Saúde (UBS) também dispunha de uma ambulância para o transporte de pacientes até ao Pronto Socorro e hospitais no centro da cidade. “Quando tínhamos seis médicos, a gente reclamava, não imaginávamos que ia piorar”, desabafou um morador durante a reunião da Comissão de Saúde.

O vereador Marcus Cunha também se reúne, nos próximos dias, com a diretora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Vera Silveira, para avaliar a possibilidade de os residentes da Psiquiatria fazerem estágio nos Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS) de Pelotas. (Assessoria da Câmara)

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