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segunda, 29 de abril de 2024

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MERCADO PÚBLICO : Chuva intensa reacende preocupações dos comerciantes

MERCADO PÚBLICO : Chuva intensa reacende preocupações dos comerciantes
26 fevereiro
10:47 2015

A chuvarada que caiu em Pelotas na última quinta-feira (19) deixou o local parecendo um mercado de Veneza e trouxe à tona reivindicações dos lojistas relativas a problemas administrativos e estruturais

Mercado Público sofreu com a chuvarada da última quinta

Mercado Público sofreu com a chuvarada da última quinta

David Jeske, proprietário da banca Imperatriz  Doces Finos e Tradicionais de Pelotas

David Jeske, proprietário da banca Imperatriz Doces Finos e Tradicionais de Pelotas

A inundação que em pouco tempo tomou conta do Mercado Público e de inúmeras ruas da cidade assustou os proprietários das bancas e fez com que tivessem que salvar às pressas os seus produtos. Segundo membros da Comissão dos Permissionários (entidade representativa dos lojistas do Mercado), além do grande volume de chuva, questões de infraestrutura também foram responsáveis pelo alagamento. Vazão insuficiente e as calhas que escoam a água para dentro do Mercado em vez de escoá-la para a rua foram os principais problemas apontados.

Na terça-feira (24), em reunião administrativa com a chefe de gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Lizandra Cardoso, a prefeitura prometeu buscar soluções para aprimorar este sistema e evitar futuros transtornos. Mesmo conseguindo salvar os produtos, reduzindo os danos a poucos móveis, os permissionários assustaram-se com o inconveniente. “Imagine a correria e o prejuízo que teríamos se isso tivesse acontecido no final de semana”, resumiu Jordana de Lima, proprietária do Empório Sabor da Terra. Apesar de otimistas com o futuro, os comerciantes apresentam muitas demandas de melhorias para alcançar um desenvolvimento satisfatório do Mercado, para a população e para os lojistas.

Na reunião com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, uma das principais reivindicação dos permissionários diz respeito à prorrogação do contrato com a empresa que presta os serviços condominiais no Mercado, de forma que tais custos continuem a cargo da prefeitura. Segundo os comerciantes, seria insustentável a manutenção dos seus serviços se tivessem que arcar com o condomínio. A Secretaria afirma reconhecer a importância da demanda e diz estar também empenhada em prorrogar o contrato. De acordo com Lizandra Cardoso, é necessário realizar os trâmites legais e aprovar a prorrogação.

O que esperam os comerciantes

Os membros da Comissão e os demais lojistas do Mercado parecem satisfeitos com algumas ações que vem sendo realizadas no local. Eventos culturais como shows, exposições artísticas e o Mercado das Pulgas são encarados de forma muito positiva tanto pela prefeitura quanto pelos permissionários como uma maneira de impulsionar o fluxo de pessoas e o turismo no nosso mercado central. No entanto, continuam insatisfeitos com o movimento e com a demora para que se ocupem as lojas que ainda estão fechadas. De acordo com alguns lojistas, há muita burocracia no processo e pouca disponibilidade de informações por parte do poder executivo (que afirma já estarem todas as lojas alugadas) quanto aos futuros locatários.

Evonir Ribeiro, proprietário da banca Kantinho do Chimarrão

Evonir Ribeiro, proprietário da banca Kantinho do Chimarrão

Quando perguntados sobre o que falta ao Mercado Público para se consolidar na rotina e no turismo pelotenses, os permissionários são unânimes em afirmar: “faltam os produtos tradicionais que se encontram nos mercados”. “Precisamos trazer a colônia para dentro do Mercado. Trazer os produtos tradicionais da cidade para cá.”, afirmou David Jeske, proprietário da Imperatriz Doces Finos e Tradicionais de Pelotas. Padaria, hortifruti, açougue e produtos a granel são os serviços de que os comerciantes sentem mais falta no local.

“Mercado Público é aquele lugar onde o cliente chega e pede ‘o de sempre’, pergunta quais são as novidades e coisas do tipo. É disso que eu sinto falta.”, lamentou Nataniel Real, proprietário da Banca de Temperos que seu avô inaugurou em 1948. Os comerciantes que já estavam no Mercado antes da reforma, como Nataniel e Evonir Ribeiro (proprietária do Kantinho do Chimarrão) são os que apresentam mais reivindicações. De acordo com eles, mesmo que o valor do aluguel não seja muito alto, o retorno financeiro continua abaixo das expectativas. Porém, estes também reconhecem algumas vantagens na reforma e todos estão empenhados em transformar o Mercado Público em um verdadeiro mercado central, integrado no turismo e no dia-a-dia do pelotense.

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