Município registra menor número de roubos a pedestres desde 2003
A marca histórica é referente a abril deste ano. Houve queda de 45,31% no primeiro quadrimestre de 2020, em comparação ao mesmo período de 2019, superando os índices estaduais de crimes, como homicídio doloso e roubos. O destaque é roubo a pedestres em abril, que alcançou a marca histórica do mês com o menor número de casos desde janeiro de 2003, quando os dados começaram a ser analisados.
Da implantação do Pacto Pelotas pela Paz, em agosto de 2017, até abril de 2020, houve a diminuição de 83,2% da quantidade de roubos a pedestres na cidade. Os dados, divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, são acompanhados e analisados pelo Observatório de Segurança Pública do município.
Segundo a coordenadora do Observatório, Cíntia Aires, é inegável a influência da Covid-19 e das medidas restritivas que fizeram com que as pessoas circulassem menos nas ruas, mas a implementação do Pacto e a integração permanente das forças de segurança no município foram fundamentais para queda.
QUEDA DE 57% – No primeiro quadrimestre de 2017, antes da implantação do projeto de segurança, ocorreram mais de mil registros de roubo a pedestres. Após o início da atuação dos órgãos de segurança, no primeiro quadrimestre de 2018 já se identificou redução, com 965 registros do mesmo tipo de crime, seguida por 813 casos em 2019. Em 2020, de janeiro a abril, foram computados, oficialmente, 447 roubos a pedestres: uma queda de 57% em comparação a 2017.
Para a prefeita Paula Mascarenhas, a marca histórica “foi construída com muito trabalho. Um trabalho de inteligência, integração, com foco nos dados científicos. O Observatório de Segurança Pública tem um papel relevante nisso; a integração entre as forças de segurança são extremamente importantes. Ficamos muito felizes. Claro que a pandemia colabora com a diminuição, mas vemos, em outras regiões do Estado e do País, que não houve essa redução; em algumas, houve até aumento, então temos que valorizar este trabalho”.
Segundo o comandante da Guarda Municipal (GM), Igor Bretanha, a integração das forças policiais é responsável pela redução. “A integração promove o trabalho de todos em ações diárias em cima dos números da criminalidade, e a realização de reuniões semanais para planejar as ações e atuar integralmente em cima destes números, ocasionando a queda das ocorrências de roubos a pedestres e homicídios”, destaca.
EXEMPLO – Comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar (4º BPM) da Brigada Militar (BM), o tenente-coronel Márcio André Facin também reconhece que a união da BM, GM, agentes de trânsito, Corpo de Bombeiros e, recentemente, da Polícia Civil contribuiu à efetivação desse decréscimo. Para o comandante do 4º BPM, o momento é de dividir a conquista com todos que participam das ações, “pois cada morte que foi evitada, cada roubo a pedestre que foi evitado, cada roubo a veículo que foi evitado tem a ver com o trabalho destas pessoas”. Ainda acerca do recuo da criminalidade, Facin acrescenta: “acho que este é um momento muito especial que estamos vivendo no município”.
INTEGRAÇÃO – Participando, algumas vezes, das Operações Integradas, a Polícia Civil entrou, de forma definitiva, há pouco mais de sessenta dias, em razão da pandemia, visando a potencialização das operações. De acordo com o delegado Márcio Steffens, a ideia é permanecer atuando nas operações de maneira mais efetiva, mesmo após o período de isolamento social. “Eu vejo como resultado [a queda dos índices] de todo esse processo de integração efetuado em Pelotas há alguns anos.” Outra informação examinada pelo Observatório, a realização de boletins de ocorrências de modo online cresceu consideravelmente. Em fevereiro de 2020, 34,8% do total foi registrado pela internet, percentual que saltou para 72,4% em abril.
CORONAVÍRUS – Em função da Covid-19, além de coibir a criminalidade, os órgãos de segurança têm as missões de evitar aglomerações e orientar a população sobre as medidas de prevenção ao novo coronavírus. Comandante da Guarda Municipal, Igor Bretanha explica que a pandemia alterou as atividades daqueles que trabalham com segurança pública. “Hoje, atuamos no enfrentamento e na eliminação das aglomerações, nas fiscalizações em relação ao que dispõem os decretos, bem como de forma isolada, com as nossas guarnições”, detalha.
AGENTES DE TRÂNSITO – Conforme o secretário de Transporte e Trânsito, Flávio Al-Alam, os agentes de trânsito prestam serviços junto às demais instituições de segurança desde o início do Pacto Pelotas pela Paz, porém, também vêm fiscalizando o respeito e a colocação em prática das determinações dos decretos.