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O FIM DA ERA : Ricardo Fonseca cita avanços que espera do Brasil

04 fevereiro
09:45 2021

Por: Henrique König

“O cara que está de fora, só vê o lado da paixão. Quem está de dentro, também é torcedor, também quer vitória, mas tem que ter dinheiro”, afirmou Ricardo Fonseca, na Rádio Conexão Xavante. O Brasil mudou de realidade em termos de disputa com Ricardinho na presidência: da Divisão de Acesso a uma Série B de Campeonato Brasileiro, onde se mantém. Mas colocar o clube em dia, com obras no estádio Bento Freitas, se tornou muito complicado.

Ricardinho conseguiu implementar obras no Bento Freitas e quer o clube avançando na base
Foto: Divulgação / GE Brasil

“Tivemos momentos de estabilidade, entre 2015 e 2016, conseguimos pagar em dia. A partir de 2018, saímos um pouco da linha.” Ricardo cita o peso das trocas de comando no futebol. Com o técnico Rogério Zimmermann, cinco anos de casa, havia a manutenção da base da equipe principal, a confiança dos atletas prosseguirem no clube. Com as muitas trocas de técnico nos últimos anos, também houve mudanças significativas no grupo de jogadores. É um fator que complica a administração.

Entre vários assuntos dos nove anos de Ricardo Fonseca à frente do Brasil, a questão financeira veio à tona nas últimas temporadas. Se no campo o trabalho de permanência na B estava sendo cumprido, fora dele, no “fair play financeiro”, o clube foi ameaçado de rebaixamento. O desafio é o Xavante arrecadar recursos. Voltar a atrair a torcida, tanto ao estádio, com a bilheteria direta, após passar a pandemia, quanto na modalidade sócio-torcedor. O Rubro-Negro tem apresentado decréscimo no número de associados, muito distante dos mais de 7 mil que compunham o quadro em 2015.

Ricardinho também relatou as dificuldades de atrair investidores de outras regiões do país. O exemplo mais conhecido é como o interior de São Paulo, estado mais rico e populoso do Brasil, consegue se organizar melhor. Seria importante buscar parcerias e ampliar os valores referentes a patrocínio na camisa do clube.

Com dois meses de atraso nos salários, o Brasil espera quitar situações até o dia 15 de fevereiro. Verbas de Campeonato Gaúcho e do Brasileiro da Série B devem ser antecipadas para fechar o balancete do devastador ano de 2020. “Nós já vínhamos com dificuldade, a pandemia só agravou mais. A luz no fim do túnel mais uma vez é o dinheiro das cotas de Gauchão e Série B.”

Com as obras na arquibancada paralela à avenida Juscelino Kubitschek, o Brasil está encerrando sua função com a empresa de construção civil Porto5. Ricardo ainda não sabe quais serão os próximos passos do clube na relação de obras, mas considera importante o olhar para as categorias de base. Como a construção do CT, pedido antigo, na época do técnico Rogério Zimmermann. É a possibilidade de equilibrar as receitas do clube com jogadores jovens. Ricardinho considera crucial o Brasil buscar a venda de três a quatro jogadores da base ao final das temporadas. Além disso, a utilização dos chamados “pratas da casa” reduz os gastos com contratações de fora. Para iniciar a temporada 2021, o Xavante está correndo atrás das opções no mercado.

Como será o fevereiro de Ricardo Fonseca depois do dia 5, após deixar a presidência pela primeira vez em mais de nove anos? “Curtir um pouco em casa. Vou continuar assistindo ao futebol, porque quem gosta sempre acaba vendo. Eu anotava os jogadores que gostava, achava interessante e repassava para as comissões técnicas”, confidenciou Ricardinho ao final da entrevista com Cesar Porto.

A entrevista completa está na página da Conexão Xavante no Facebook.

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