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segunda, 29 de abril de 2024

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PARÓQUIA SÃO CRISTÓVÃO : Senegaleses realizam celebração muçulmana

PARÓQUIA SÃO CRISTÓVÃO : Senegaleses realizam celebração muçulmana
02 dezembro
09:07 2015

No dia 1º de dezembro de 1910, o Cheikh Amadou Bamba foi libertado do exílio sob o jugo da França e hoje a data é comemorada pelos muçulmanos senegaleses.

DIVIDIR o prato e a refeição é parte do ritual

DIVIDIR o prato e a refeição é parte do ritual

A celebração ocorreu ontem em muitas cidades do Brasil. A iniciativa de emprestar o espaço da igreja foi do Pe. Guilherme, pároco da paróquia São Cristóvão e responsável pela Ação Social da arquidiocese de Pelotas. A celebração é realizada durante oito horas, nas quais os fiéis, vestindo trajes típicos, rezam, dividem a comida e realizam rituais de purificação. Durante a manhã, o Pe. Guilherme rezou junto com os senegaleses e pediu perdão, em nome da Igreja Católica, pelos crimes cometidos pelos franceses católicos no Senegal.

MOHAMED Dame está no Brasil há cerca de um ano

MOHAMED Dame está no Brasil há cerca de um ano

Amadou Bamba, que recebeu o título de cheikh (pessoa louvável e respeitável na religião muçulmana), foi um jurista, escritor e líder religioso.

Nasceu no Senegal em 1853 e almejava combater o colonialismo francês através do pacifismo. Os catequizadores franceses viram em Amadou uma ameaça para seus propósitos e o obrigaram ao exílio em 1903, onde permaneceu por sete anos, sete meses e sete dias, sendo liberado em 1º de dezembro de 1910. A vertente muçulmana de Amadou destaca três virtudes que o homem religioso deve ter: pacifismo, trabalho duro e boas maneiras. Quando estão na África, os senegaleses geralmente fazem uma peregrinação à Touba, cidade fundada pelo líder religioso. Distantes de casa, os fiéis escolhem um lugar para celebrar e servir como uma “Touba improvisada”.

ANA PAULA Dittgen, professora de direito na UCPel

ANA PAULA Dittgen, professora de direito na UCPel

Ana Paula Dittgen, professora de direito na UCPel e membro do Grupo de Estudos em Políticas Migratórias e Direitos Humanos (Gemigra), afirma que tem cerca de 50 senegaleses em Pelotas, todos homens e muçulmanos. A crise econômica e o desemprego enfrentados no Senegal criou essa onda de imigração, a maioria trabalha para mandar dinheiro para a família e muitos têm formação universitária. Aqui em Pelotas, grande parte dos imigrantes trabalham na construção civil ou como vendedor ambulante.

Segundo Ana Paula, o preconceito é muito grande e muitos afirmam que não conheciam esse racismo que ocorre aqui no Brasil.

PADRE Guilherme, pároco da igreja

PADRE Guilherme, pároco da igreja

Mohamed Dame está no Brasil há um ano e trabalha como garçom e porteiro. No Senegal, Mohamed era empresário e dono de uma empresa no ramo da alimentação. Fala português, francês, italiano, espanhol, inglês e wolof (dialeto senegalês). Estudou línguas na Itália, viajou pela Europa e depois voltou ao Senegal para ser empresário. Com a crise, Mohamed saiu novamente do Senegal para a Europa e há cerca de um ano veio para o Brasil.

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