Diário da Manhã

Por: Henrique König

As Escolinhas do Esporte Clube Pelotas alcançam uma importante marca em evento desta quinta-feira (20), na Boca do Lobo. É feita uma homenagem ao cinquentenário das escolinhas de futebol no clube da Avenida Bento Gonçalves. Atletas e diretores das equipes Mirim e Dente de Leite do longínquo 1971 serão homenageados, mas, além disso, o clube também vira o olhar para o futuro. Os jovens das Escolinhas também serão apresentados. Em breve, eles disputarão novas competições. A primeira em vista é a Copa da Sulicampe. Vetada de ocorrer em Campo Bom, ela definiu realização em Estância Velha, para ocorrer entre 04/02 e 10/02.

Pelotas na 11ª Copa Americano, com a categoria Sub-9 com o professor Josué Martins

Com a palavra, o coordenador das Escolinhas, Felipe Müller, ele que tem a vida ligada à formação de atletas no Pelotas. Sua própria história se torna simultânea às escolinhas: “Entrei no EC Pelotas aos 10 anos. Lembro que o primeiro torneio que disputei foi um campeonato de primavera. Eu passei por todas as categorias até chegar aos profissionais na Boca do Lobo. Saí do time como atleta em 1998 e voltei em 2004 como professor/treinador”, recorda.

“A lembrança pela marca desses 50 anos nos deixa muito orgulhosos, mas também com a responsabilidade de coordenar uma escola tão tradicional. Gosto sempre de conversar com o sr. Moacir Elias, presidente do nosso conselho deliberativo e um dos fundadores da Escolinha.”

Lobinhos do técnico Alcione Dornelles em 1986; à direita, o destaque da ida do jovem Felipe Müller ao Grêmio

Com a palavra sobre essa trajetória, o professor Moacir Elias:

“Passou o tempo que nem nos demos conta. Mas jamais esquecemos de 1971. Foram campeonatos oficiais promovidos pela imprensa. A partir daí surgiram as escolinhas. As precursoras foram as categorias Dente de Leite e Mirim. Lamentavelmente os outros dois fundadores já faleceram. Hugo Zibetti Machado, que era dono de uma gráfica, pai do Huguinho, que depois foi jogador do Pelotas, do Inter, da Portuguesa. E o Carlos Fernando Santos, que na época trabalhava na CEEE. Nosso trio de ‘malucos’ se juntou e decidimos começar o projeto. Não havia categorias para menores de 15 anos, nem para menores de 12. A ideia era ampliar o que o Pelotas já possuía de divisões infanto-juvenil, juvenil e aspirantes. E aproximar o EC

Pelotas da família e da criançada. Garimpávamos nos bairros em busca dos meninos”, conta o professor, que destaca também o trabalho feito por outros clubes da cidade, como o Arealense, o Paulista e o Progresso.

“Entre tantas histórias, o certo é que nunca paramos. Sempre tivemos treinos, amistosos, reestruturações a partir de 1974, quando, a partir disso eu já não estava mais envolvido diretamente.”

Questionado sobre grandes atletas que vestiram a camisa azul e ouro, professor Moacir destaca a primeira safra: “Do primeiro grupo, o Vinhas profissionalizou no Pelotas, era das escolinhas. Foi da base do Pelotas. O Huguinho saiu da base do Pelotas e depois foi para Inter e Portuguesa. Na continuidade, o Jorge Luiz, pelo Palmeiras. Era uma safra muito boa e de convivência entre os atletas. Mas foi uma lista infindável de jogadores que passaram pelas nossas escolinhas e a nossa base”, como Alexandre Gaúcho e Michel Bastos.

Sr. Moacir destaca a participação da imprensa, pois as Rádios Pelotense e Universidade AM organizaram os primeiros torneios, estes cruciais para a formação das escolinhas do Pelotas.

“Ficamos felizes demais por este cinquentenário. Eu, estudante universitário na época, jamais imaginava que chegaríamos nesse momento, e como presidente do conselho deliberativo hoje. A história do Pelotas é muito rica”, finalizou.

• Evento: Homenagem ao Cinquentenário das Escolinhas do Pelotas
• Local: Salão Nobre da Boca do Lobo
• Horário: 18h. 20h: Jantar de Confraternização