Por que a inadimplência preocupa o comércio gaúcho?
A Federação Varejista do Rio Grande do Sul manifesta preocupação com o aumento da inadimplência no comércio do estado. O não cumprimento das obrigações financeiras por parte dos consumidores, tem apresentado um crescimento significativo nos últimos meses, o que tem gerado impactos negativos para os varejistas gaúchos.
“Esses fatores têm levado a um cenário preocupante para o comércio que passa a enfrentar dificuldades em receber o pagamento de suas vendas e serviços, prejudicando sua capacidade de investimento e crescimento”, afirma o presidente da Federação Varejista do Rio Grande do Sul, Ivonei Pioner.
A inadimplência traz impactos diretos e indiretos para o comércio gaúcho. Em primeiro lugar, o não pagamento de contas pelos consumidores afeta diretamente o fluxo de caixa das empresas varejistas, dificultando o pagamento de fornecedores, salários, impostos e demais despesas operacionais. Isso pode levar à necessidade de redução de pessoal, corte de investimentos e até mesmo ao fechamento de estabelecimentos comerciais, o que gera impactos negativos para a economia local. Além disso, a inadimplência também prejudica a concessão de crédito por parte dos varejistas, uma vez que o aumento dos índices de inadimplência leva a um maior rigor na análise de crédito e na concessão de financiamentos, empréstimos e parcelamentos. Isso pode dificultar o acesso dos consumidores a crédito, o que afeta negativamente o consumo e o movimento nas lojas.
Outro aspecto preocupante é o aumento dos custos operacionais para os varejistas em decorrência da inadimplência, como taxas de juros, taxas de cartão de crédito e custos com cobranças e ações de recuperação de crédito. Esses custos adicionais reduzem a margem de lucro das empresas e prejudicam sua competitividade.]
O que causa a inadimplência?
As principais causas da inadimplência, segundo o estudo, entre os que têm dívidas em atraso foram: diminuição da renda (18%), imprevistos como problemas de saúde, morte, manutenção da casa ou do carro (17%), perda do emprego ou tiveram alguém da família que ficou desempregado (14%), alta dos preços (13%) e a falta de controle financeiro (12%).
A falta de organização financeira também influencia o cenário, uma vez que 25% dos entrevistados admitem que realizaram, no trimestre anterior à pesquisa, alguma compra que sabiam que não conseguiriam pagar; 54% alguma compra que sabiam que seria difícil de pagar; e 41% fizeram compras sem considerar se conseguiriam ou não pagar.
Entre aqueles que ficaram inadimplentes por descontrole financeiro, 36% dizem que queriam muito comprar algo e, se fossem esperar sobrar dinheiro, iria demorar muito para realizarem sua compra. Já 27% não negociaram bem no momento da compra, 25% queriam comprar algo novo para usar em um evento importante de forma a sentirem-se mais valorizados, e 23% estavam tristes e acabaram comprando para se sentirem melhor.