Prefeitura reduz gastos e garante obras prioritárias
O chefe do poder executivo de Pelotas convocou entrevista coletiva para apresentar as dificuldades orçamentárias do município e explicar as prioridades de gasto para 2016.
Diante da crise financeira na União, com um déficit de mais de 30,5 bilhões de reais esperado para 2016, e da situação pela qual passa o Rio Grande do Sul, com um rombo previsto de mais de 6 bilhões, a Prefeitura afirma que o Município terá que reavaliar uma série de gastos para que consiga priorizar os investimentos na saúde. O prefeito apresentou dados mostrando, por exemplo, que a diferença entre o orçamento previsto do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e o arrecadado é de quase 2,5 milhões de reais e a diferença entre o repasse do ICMS previsto e o arrecadado é de quase 10,5 milhões de reais.
Eduardo salientou a crise financeira do país e a dificuldade de ter acesso aos repasses constitucionais e às contrapartidas financeiras da União para os projetos com parceria entre os dois entes federativos. Segundo o prefeito, com a previsão de que haja crescimento negativo em 2016, teremos, pela primeira vez desde os anos 30, dois anos seguidos de recessão econômica.
A prefeitura garante que a prioridade de gastos da atual administração é com a saúde. Segundo o prefeito, as obras das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da av. Bento Gonçalves e da av. Ferreira Vianna estarão prontas até o final do ano. Para tanto, o prefeito afirma que o município terá de arcar com o custeio da manutenção das duas unidades durante os seis primeiros meses de funcionamento. Isto, segundo a prefeitura, representará um gasto de 5,1 milhões com a UPA da av. Bento Gonçalves e 1,8 milhões com a UPA da av. Ferreira Vianna.
FOLIA EM CHEQUE
O prefeito Eduardo Leite confirmou na tarde de ontem, na coletiva de imprensa sobre o orçamento do município, o corte de 1,8 milhões de reais para o patrocínio do carnaval.
A folia contará com apenas 300 mil reais do poder público. O gasto previsto com o carnaval seria de cerca 1,2 milhões de reais com estrutura e quase 900 mil com outros subsídios. Segundo o Prefeito, o município não poderia diminuir os gastos com a estrutura, sob o risco de comprometer a festa em qualidade e de não poder oferecer segurança adequada aos foliões.
Eduardo Leite afirmou que a prioridade do orçamento da cidade deve ser a saúde e, em vista da crise financeira do País e da possibilidade de a União não conseguir honrar seus compromissos de repasse de verbas e contrapartida financeira, terá que diminuir os gastos com eventos culturais e até mesmo cortar algumas subvenções.
O Prefeito afirmou que o primeiro corte divulgado foi no carnaval, justamente para que as entidades possam reavaliar o planejamento para a festa, reconhecendo que existe uma demanda maior de preparação para a folia do que para outros eventos. Eduardo afirmou ainda que as entidades carnavalescas, junto à Prefeitura e à comunidade, terão de repensar o carnaval de rua de Pelotas.