Diário da Manhã

Durante a reunião da CPI da Energia Elétrica, realizada na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Lucas Redecker, presidente da Comissão, questionou o diretor presidente da CEEE, Gerson Carrion de Oliveira, sobre a atuação da empresa em todo o Estado e sobre a qual recaem muitas reclamações.

Entre os assuntos abordados na oitiva estavam as substituições de postes de madeira, o call center, as multas, o plano de investimentos da concessionária, uma possível federalização e se a emenda de Redecker ao PL 350/2013 – que determina o depósito de R$ 1,3 bilhão da CEEE em conta específica e para uso exclusivo do pagamento dos ex-autárquicos – está sendo cumprida.

PLANO de gestão também foi abordado

O presidente da Companhia Estadual de Energia Elétrica, Gerson Carrion de Oliveira, realizou apresentação institucional e destacou que a empresa faz parte da própria história do Rio Grande do Sul, sublinhando que ela tem como acionista majoritário o governo do Estado com 65,92% das ações. Ele destacou que a CEEE é a segunda maior empresa do estado e possui elevados índices de aprovação por parte dos clientes que atende.

Carrion destacou que a CEEE possui um orçamento global para o ano de 2014 da ordem de R$ 5 bilhões. Ele ainda referiu que a empresa está presente em 72 municípios gaúchos com atendimento ao cliente diretamente feito por funcionários da empresa; possui 15 usinas próprias que geram 910 MW e está investindo em novos parques eólicos em Povo Novo e Osório, além da ampliação de linha de transmissão Sul Litorânea Energia (TSLE), de 525 KV, que fará do estado um centro energético integrador.

O presidente da CEEE ainda confirmou que o R$ 1,3 bi destinado ao pagamento dos ex-autárquicos não foi depositado em conta específica. “Estamos esperando a regulamentação da lei, uma vez que ela é autorizativa. Não realizamos a abertura da conta. Antes de qualquer movimento, vamos consultar a Aneel. No momento a companhia não tem condições de repassar esse recurso”, explica.

O plano de gestão da concessionária também foi abordado por Redecker. O parlamentar, questionou, principalmente, como a CEEE pretende otimizar a estrutura, uma vez que possui um quadro de funcionários superior às outras concessionárias. Ele admitiu que há um plano de demissão voluntária em andamento e que os quadros da empresa não tem sido recompostos através de novos concursos públicos.

Redecker questionou Carrion sobre a venda de ativos da CEEE para a Eletrobras, conforme consta em ata assinada pelo governador tarso Genro. Carrion admitiu que há tratativas para aumento da participação da Eletrobras na CEEE. “Recursos da Eletrobras viriam para fortalecer a CEEE”, disse o presidente. Redecker ainda contestou as informações dizendo que não vê vantagem no negócio para o RS, uma vez que a Eletrobras registrou nos últimos meses prejuízo superior a R$ 6 bilhões, ao que Carrion respondeu: “A dívida da Eletrobras é quadro do momento”, afirmou.