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RECORDE MUNDIAL EM PELOTAS Mestre Alessandro Lucas cumpre desafio das 100 lutas no Hapkido

RECORDE MUNDIAL EM PELOTAS  Mestre Alessandro Lucas cumpre desafio das 100 lutas no Hapkido
10 junho
09:04 2022

Evento ocorreu no último sábado, e atleta consagrado no mundo das lutas promete mais

Por: Henrique König

A preparação para uma luta exige muito, não é? Alguns campeonatos se resolvem no dia, com três ou quatro lutas. Agora imagine lutar 100 vezes no mesmo sábado. Foi a tarefa do mestre Alessandro Lucas, às vésperas dos seus 50 anos. Em entrevista ao Diário da Manhã, ele conta mais sobre esse feito, autenticado por colegas de outras modalidades e que caminha para registro no Guinness Book, o livro dos recordes.

Dos 50 anos que mestre Lucas completará em julho, 40 deles foram dedicados ao aprendizado das artes marciais. Chegou à faixa preta no Karatê, no Hapkido, no Jiu-Jitsu, em Arnis Kali (uma arte marcial filipina com armas) e Haedong Gundo (arte coreana com espadas). Com esse currículo, Lucas foi campeão estadual e interestadual de Hapkido, também levando o Brasileiro e por duas vezes o Mundial, em plena Coreia do Sul, nos anos de 2004 e 2008. Foi o primeiro atleta ocidental a conquistar esse feito.

Prestes a completar 50 anos, o mais novo recordista mundial ao completar as 100 lutas de Hapkido em um único dia
Divulgação / Arquivo Pessoal / Mestre Alessandro Lucas

DESAFIO DAS 100 LUTAS: Hwarang Derion é também conhecido como o combate contra 100 homens. É o teste mais duro e difícil do Hapkido Hwarang Kwan. Foi criado pelo Grão Mestre 7° Dan Alessandro Lucas, aos moldes do teste realizado no Karatê Kiokushyn, para testar habilidade, resistência, força corporal, mental e espiritual, mas, acima de tudo, testa sua vontade de perseverar em condições adversas, levando o lutador ao extremo do desespero físico e mental.

Lucas faria esses combates pelo tradicional Karatê, cujo alguns lutadores já realizaram o desafio pelo mundo. Mas, em pesquisa pelos registros, o mestre descobriu que o feito seria inédito no Hapkido. Por que não fazer pela modalidade pela primeira vez na história mundial? Foram três longos anos de preparação física, com até quatro treinos diários de segunda a segunda, para concluir esse recorde.

No último sábado, foram 100 rounds de 1min e 20seg por combate. Apenas um minuto de descanso entre cada combate. “A cada 20 lutas, um intervalo de cinco minutos para receber atendimento médico, alguma massagem e bolsa de gelo”, completou o atleta Tiago Rommel, uma das testemunhas da realização. “Foi gravado e vai para o Guinness Book, pois teve banca de avaliação de professores de outros estilos, comprovando a autenticidade.”

Lucas foi levado à exaustão. Ainda se recuperando das lesões, de volta a Porto Alegre, ele atendeu ao Diário da Manhã.

“Sou de Pelotas e toda minha vida foi em Pelotas. Atualmente estou em Porto Alegre, mas voltei para minha cidade natal, porque o evento tinha de ser nela. Foi um sucesso, um ciclo que se fechou. Já levei vários títulos, com conquistas estaduais, Brasileiro e dois Mundiais e agradeço o apoio de sempre de vocês.” O evento da consagração ocorreu no Ginásio Municipal, o novo Ginásio apelidado de Karosso.

Aos 49 anos, Lucas marcaria o evento para seu aniversário de meio século, mas resolveu adiantar o desafio para não enfrentar o auge dos frios. “Estou muito feliz, porque é o desafio mais difícil já inventado, pouquíssimos realizaram. No Karatê foram cinco atletas oficialmente, na presença do Mestre criador, Oyama. 28 competidores fizeram pelos seus países. Eu seria o 29º no Karatê, mas vimos que pelo Hapkido eu seria o primeiro no mundo.”

Lucas tem cerca de 30 anos de Hapkido. “Treinei muito. Ao me aposentar da Polícia Militar há três anos, me dediquei totalmente aos treinos para esse evento. Exige da questão física, levamos muita pancada, o psicológico é abalado.” Para o evento oficial dar certo, ele havia feito uma prévia em 7 de maio, realizando as 100 lutas, mas, com marcação de uma banca avaliadora, a oficialização veio em evento “muito mais brilhante e bonito” em 5 de junho.

“A ideia é não pararmos. Quero passar das 100 lutas futuramente. No próximo desafio quero passar das 100, talvez 110, até onde der”, confessou os planos.

E contra quem Lucas lutou?

“Enfrentei somente faixas pretas de Hapkido da Associação Internacional. Lutadores de São Paulo, de Santa Catarina, de outros lugares. Alguns repetiram até quatro lutas, outros repetiram menos. Mas todos eles eram faixas pretas. Em outros eventos pelo mundo os lutadores competem contra faixas coloridas para concluir o desafio”, explicou o Mestre.

Bicampeão mundial e colecionador de medalhas em torneios pelo país, Alessandro Lucas colocou novamente Pelotas no caminho das grandes conquistas, realizando feito inédito a nível mundial em solo pelotense.

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