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RS é o segundo estado em representações por exercício ilegal da Oftalmologia

RS é o segundo estado em representações por exercício ilegal da Oftalmologia
12 setembro
08:43 2019

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) já soma 28 representações contra profissionais que exerceram ilegalmente a Oftalmologia no Rio Grande do Sul em 2019, o estado fica atrás apenas de São Paulo com 38.

Todos os casos estão tramitando juridicamente e preocupam a presidente da Sociedade de Oftalmologia do Rio Grande do Sul (SORIGS), Terla Castro, a qual faz um alerta sobre os riscos desse exercício ilegal. “Todos os dias recebemos denúncias nos nossos consultórios de profissionais que exercem ilegalmente a medicina e isso é preocupante, pois até 2050 teremos 50% de míopes no mundo, e o míope pode desenvolver outras patologias como, por exemplo, descolamento de retina, degeneração macular miópica. Os jovens que caem nas mãos de não médicos e apresentam esse quadro clínico acabam não tratando a progressão da miopia, correndo risco assim de ter a sua vida debilitada”, comunica.

Além da não prevenção das doenças que podem levar à cegueira, há outra situação que se conduzida por outro profissional pode levar a problemas irreversíveis, como é o caso da prescrição das lentes de contato. “É preciso fazer exames para saber se não há olho seco, por exemplo, e o grau que deve ser adaptado ao paciente. Além disso, uma catarata e uma retinopatia podem alterar o grau da prescrição. É preciso entender o que está acontecendo no olho do paciente para que a lente possa efetivamente auxiliar no problema de visão específico e isso é função exclusiva do Oftalmologista”, afirma a especialista.

Cabe ressaltar que a adaptação das lentes de contato por oftalmologistas é ato previsto em lei. A resolução 1.965/2011 do Conselho Federal de Medicina prevê que a sua adaptação ao paciente é ato exclusivamente médico, tendo em vista que só o especialista da área tem o preparo adequado para avaliar os riscos associados ao uso.

Sobre esse tema a presidente da Sorigs reforça que o uso da lente de contato sempre traz algum prejuízo para a córnea, entretanto, o médico tem a missão de fazer com que isso seja tolerado pelo organismo. “A córnea é composta por diferentes camadas, sendo o endotélio uma camada de células que não se regenera e é a mais importante por ter a função de manter a integridade e transparência da córnea. Ela, por sua vez, é agredida pelo uso incorreto de lentes de contato, uma vez que as lentes impedem a córnea de receber oxigênio do ar adequadamente. Por isso, o paciente tem que ser avaliado a cada seis meses para que se possa analisar como estão as células que não se regeneram”, explica.

Entre os cuidados cabe citar ainda que, ao adquirir a lente, é necessário saber se é adequada para o tipo de olho, bem como a quantidade de horas a ser utilizada e como deve ser feito o descarte das mesmas. O uso das lentes ao dormir pode ampliar em 15 vezes o risco de infecção, assim como a sua limpeza de forma inadequada em água corrente. Todas essas recomendações são passadas pelo Oftalmologista ao paciente, e o médico deve ter todo o cuidado para que, de fato, as lentes corrijam um problema e não aumentem os problemas de visão.

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