RS SEGURO : Indicadores apresentam uma redução nos crimes violentos
Queda nas mortes violentas, resultaram na preservação de 2.056 vidas
Somados os homicídios, latrocínios e feminicídios, as quedas em sequência nas ocorrências do tipo, desde 2018, alcançam a marca de 2.056 vidas preservadas no período – número maior que a população de 52 municípios gaúchos, conforme a estimativa populacional do IBGE.
Os dados foram revelados no balanço de indicadores criminais do Estado, divulgado na quinta-feira, pelo vice-governador, e também secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Jr, na praça central de Alvorada. O governador Eduardo Leite participou por videoconferência.
ALVORADA – Realizada pela primeira vez fora da capital, a apresentação dos índices de criminalidade escolheu como palco a cidade ao lado, também na região metropolitana, por outra marca histórica. Alvorada, que já foi considerado o sexto município mais violento do Brasil, conforme o Atlas da Violência, produzido pelo Fórum Brasileiro da Segurança Pública (FBSP), com dados de 2017, teve a maior redução de vítimas de homicídio em 2021, entre as 497 cidades gaúchas. Foram 69 mortes por assassinato, 47 a menos que as 116 ocorridas em 2020, uma queda de 40,5%.
HOMICÍDIOS – Em 2018, quando o Estado teve 2.368 mortes por assassinato, a taxa foi de 20,9 óbitos a cada 100 mil moradores – um ano antes, os gaúchos amargaram o pior cenário já vivenciado, com taxa de 26,4. Já no primeiro ano do atual governo, o número de vítimas de homicídios voltou, pela primeira vez desde 2011, a ficar abaixo de 2 mil, e a taxa por 100 mil habitantes caiu para 16,1. Em 2020, baixou para 15,8 e, no ano passado, fechou em 13,6 – bem próximo da marca estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como situação de normalidade em grandes ocupações urbanas, de 10 homicídios para cada 100 mil residentes.
LATROCÍNIOS – Ainda no âmbito dos crimes contra a vida, os roubos com morte também sofreram redução no ano passado na comparação com 2020. Numa queda de 13%, o número de casos passou de 69 para 60, o menor total desde que teve início a série de contabilização em 2002.
Na comparação com 2018, último ano antes da atual gestão, quando houve 91 registros de latrocínio, a retração chega a 34,1%. Frente ao pior momento já vivido no Rio Grande do Sul, no ano de 2016, quando 169 assaltos terminaram em perdas de vida, o dado atual representa uma queda de 64,5%.
Entre os fatores que contribuem para o resultado, as autoridades apontam a alta resolutividade desse tipo crime, com rápida identificação e prisão dos autores em mais de 80% dos casos, além do acompanhamento sistemático e detalhado de cada uma das ocorrências pela Gestão de Estatística em Segurança (GESeg), que permite executar as ações de resposta dentro do Programa RS Seguro.
No mês de dezembro, por exemplo, o número de latrocínios no Estado subiu de cinco em 2020 para oito em 2021, ainda assim num patamar 68% abaixo dos 25 registros do pico da série histórica, em 2005. Dos oito casos do último mês no ano passado, seis já estão com autoria identificada e resultaram na prisão de 12 suspeitos. Um sétimo caso está parcialmente elucidado e apenas um, ocorrido no último dia de 2021, em Rio Grande, ainda não teve autores apontados.
FEMINICÍDIOS – Entre os principais indicadores monitorados pela SSP, o crime de feminicídio foi o delito que contrariou a tendência de redução. O número de mulheres assassinadas por motivo de gênero passou de 80, em 2020, para 97 no ano passado, uma alta de 21%. Ainda assim, o total de casos permaneceu abaixo da marca de 2018, antes do RS Seguro, quando houve 116 vítimas.
Entre as 97 mulheres assassinadas por razão de gênero no RS em 2021, apenas 10 tinham medida protetiva de urgência (MPU) – ou seja, praticamente a cada 10 vítimas, apenas uma estava sob o amparo da decisão judicial que obriga o afastamento do agressor.
ATAQUES A BANCO – Nos ataques a banco, o ano passado terminou com 40 casos, uma queda de 16,7% em relação aos 48 registros de 2020. Comparado ao último ano antes do RS Seguro, em 2018, quando houve 192 ocorrências, a retração chega a 79,2% e, frente ao pico de 287 ataques a banco em 2015, a diminuiu alcança 86,1%.
ROUBOS DE VEÍCULOS – Nos roubos de veículos, ao obter entre 2019 e 2021 um número cada vez menor que os 16.122 casos ocorridos em 2018, o Estado deixou de registrar 24.419 ocorrências nos últimos três anos. Se esses roubos tivessem acontecido, seria como se toda a frota em circulação no município de Torres, no Litoral Norte, desaparecesse.