SANEP : Servidores alegam falta de diálogo para o fim da greve
Rodeado por vereadores da base do governo e da oposição, o presidente do Sanep, Jacques Reydams, deixou a Câmara por volta das 12h30, seguido pelos servidores da autarquia, insatisfeitos com a falta de diálogo para uma solução ao fim da greve. Questionado pelo presidente do Sindicato dos Servidores, Renato Abreu, se aceitaria “sentar para construir uma solução (para a questão salarial), hoje ou amanhã de manhã (terça ou quarta-feira), porque teremos assembleia, às 14h (de quarta, 11/06) sobre a greve e a mobilização e gostaríamos de um diálogo produtivo”, Reydams balançou a cabeça e afirmou: “isso não era o combinado. Não vou mais falar”.
Alguns minutos depois, ao ouvir a fala do vereador Marcos Ferreira (PT), que dirigia a reunião, de que a Câmara queria “construir o diálogo entre o Sanep e o Sinsapel”, o presidente da autarquia voltou atrás e disse: “a gente conversa. Não tem porta fechada. Pode ser que a gente não chegue à conclusão nenhuma, mas vamos aparando arestas”.
O Sindicato realiza assembleia hoje, às 14h, no Colégio Municipal Pelotense, e discute também a data-base da categoria.
TENSÃO – Em reunião fechada, que durou cerca de duas horas, no plenarinho do Legislativo, Reydams apresentou aos vereadores e à direção do Sindicato dos Servidores do Sanep, Renato Abreu e Rosimeri Santos, as planilhas de receita e despesa da autarquia.
Enquanto isso, centenas de servidores lotavam o corredor externo da Câmara e o plenário, aguardando informações. Jacques Reydams, que havia sido convidado para conversar com a categoria, disse que só iria ao plenário se não houvessem manifestações dos grevistas. Só depois da promessa do vereador Marcos Ferreira (PT) de que os servidores se manteriam em ordem, é que ele aceitou se dirigir ao local.
Aos servidores, ele afirmou que o sucateamento da autarquia ocorre há “mais de 30, 20 anos e nós estamos fazendo o dever de casa. As contas estão difíceis.” Ele elogiou os funcionários, a quem chamou de “pedra fundamental para o bom andamento do Sanep”. Citou as obras que a autarquia está realizando e que o limite de responsabilidade fiscal não permite que o comprometimento salarial seja maior do que o teto já apresentado para este ano.
Segundo a diretoria do Sindicato, até o final da tarde desta terça-feira, o Executivo mantinha a posição anterior de não negociar enquanto os servidores se mantiverem em greve.