Saúde lança campanha para aumentar adesão da 2ª dose
Medo de reações adversas e percepção de que a pandemia está superada são dois dos motivos que atrasam a imunização contra a covid entre os gaúchos, especialmente em relação à segunda dose. As informações estão em pesquisa realizada pela Secretaria da Saúde e Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems/RS).
O levantamento apontou que, para 67% dos entrevistados, a possibilidade de alguma reação à vacina é o principal motivo para a recusa do imunizante. Já 54,9% alegam simplesmente não querer se vacinar. A partir desses dados, a SES prepara estratégias para o enfrentamento das resistências, para que sejam atingidos os 90% da população adulta com a imunização completa (foto), patamar que permite tornar a apresentação do comprovante de vacinação uma recomendação, não exigência.
Para ajudar os mais resistentes a se vacinar, as principais sugestões dos municípios, coletadas na mesma pesquisa, são de envolver as rádios locais e realizar campanhas nos meios de comunicação, oferecer as vacinas nos finais de semana e em horário ampliado e ressaltar a eficácia delas contra a covid.
A SECRETÁRIA da Saúde, Arita Bergmann, defendeu também o envolvimento das associações empresariais na vacinação. “É a hora de envolver a área que gera riqueza, a área econômica, que quer manter suas atividades, com as entidades que representam bares e restaurantes, comércio e indústria. Ir até a quem congrega as empresas do município. Já avançamos muito. Não podemos recuar”, disse.
Ela sugeriu ainda que os municípios busquem conhecer as estratégias das 237 cidades do Estado que já atingiram os 90% de vacinados. “Precisamos ir aos locais onde as pessoas não estão se vacinando”, disse ainda, citando o exemplo da prefeitura de Santiago, que vacina os jovens nas baladas. “Aqui em Porto Alegre tem o Rolê da Vacina. Estamos com mais de 220 municípios que já atingiram 90%. Vamos seguir as boas práticas”.
PESQUISA
Os números da pesquisa foram apresentados durante a reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Foram ouvidos usuários de 144 municípios. Outros motivos alegados pela população para não receber a segunda dose foram a percepção de que a pandemia já acabou, com 35,4% das respostas, e a volta ao trabalho, com 29,9%, além do esquecimento do prazo, com 26,4%. Um último fator citado foi a impossibilidade de se vacinar devido ao horário limitado das unidades de saúde, com 2,8%.