SAÚDE : Secretária pede mais tempo para responder aos vereadores
A participação da secretária de Saúde Roberta Paganini na reunião aberta promovida pela Comissão de Saúde da Câmara Municipal frustrou parte dos vereadores na manhã de ontem.
Após ouvir quase uma hora de questionamentos e ponderações a secretária pediu nova data para retornar e apresentar as respostas. “Não acho correto responder pela metade, gostaria de apresentar minhas percepções e encaminhamentos nestes 30 dias a frente da gestão”, disse. A necessidade de participar de uma audiência judicial e o pouco tempo para responder a todos foram às justificativas dadas.
Diante da ponderação da secretária, o presidente da Comissão de Saúde, vereador Marcos Ferreira, o Marcola (PT) decidiu marcar para o dia 16 de outubro uma nova reunião para, então, receber as respostas às perguntas feitas. “Temos que ter a responsabilidade de acatar o pedido, pois a secretária assumiu o cargo há 30 dias e a situação da saúde em Pelotas é muito complexa”, declarou.
Marcola, aliás, havia questionado Roberta Paganini sobre a falta de médicos nos postos, a possibilidade de ampliação do horário de funcionamento da UBAI Lindoia para 24 horas e o planejamento feito pela secretaria para qualificar os postos que estão absorvendo novas e grandes demandas geradas pela instalação de agrupamentos de condomínios residenciais como na Vila Silveira, Sítio Floresta e Parque Harmonia. “Recebemos na comissão uma quantidade muito grande de questionamentos e queixas destas áreas por causa da explosão demográfica recente e temos o compromisso de buscar soluções para os problemas, portanto este é um tema que permanecerá bastante tempo na pauta de trabalho”, afirmou.
TRABALHO INICIAL – Em sua rápida explanação a nova secretária apresentou as linhas gerais de seu trabalho no primeiro mês a frente da secretaria e destacou a negociação com os prestadores de serviços de oncologia que possibilitou aumentar o número de atendimentos. Roberta Paganini informou, ainda, ter estabelecido um grupo de trabalho dentro da secretaria para analisar a rede de urgência e emergência formada por Pronto Socorro, Pronto Atendimento, UPA e SAMU. “É preciso saber o que cada um faz e para quem faz, qual é a referência de cada serviço, pois isso é uma das questões que pode ajudar a desafogar o Pronto Socorro”, declarou.
A secretária revelou ainda estar acumulando temporariamente a função de diretora de Ações em Saúde para poder “mergulhar na atenção primária” e ter informações completas da rede, equipes, serviços credenciados e demandas. “Temos mais de 50 unidades instaladas e é preciso fazer um mapeamento da população residente nas áreas para redistribuir as equipes, pois cada equipe de Saúde da Família só consegue atender quatro mil pessoas, então é preciso buscar soluções que sejam viáveis e por isso mais demoradas”, ponderou.
Por fim, ao responder um dos questionamentos de Marcola, a secretária revelou que nas próximas semanas deverá chegar à Câmara um projeto que estabelece a Bolsa Residência, que prevê o pagamento de um complemento de valores para médicos residentes que optarem trabalhar na rede municipal. A proposta é apontada como alternativa para resolver a falta de médicos nos postos.