Diário da Manhã

Ao completar 156 anos, a Caixa recebeu a devida homenagem em todo o país. O Dia Nacional de Luta marcou a disposição dos bancários em não permitir que interesses privados, como o aumento dos lucros do banco, reflitam em piora nas condições de trabalho e de atendimento ao público. Em Pelotas, a atividade alusiva ao aniversário da Caixa ocorreu ontem na parte da manhã, em frente à Agência XV de Novembro, e contou com grande participação dos funcionários. Clientes que aguardavam para ingressar na agência, e os transeuntes que passavam pelo local, receberam uma carta aberta explicando os anseios dos trabalhadores quanto à redução do atendimento à população e a sobrecarga de trabalho, que pode levar ao aumento de doenças físicas e psíquicas dos trabalhadores da empresa.

O que está em jogo é o papel social que a Caixa desempenha, desde a sua origem, quando os escravos depositavam recursos na poupança sonhando em comprar sua alforria. Ainda hoje, o maior público atendido pelo banco é de pessoas humildes e que, portanto, estão inscritas em algum tipo de programa social. Conforme foi amplamente divulgado na imprensa, com o anúncio do Programa de Demissão Voluntária (PDV), que pode reduzir o quadro de trabalhadores em até 10 mil funcionários, a tendência é que, caso essa medida venha a ser implantada, aumente ainda mais as filas nas Casas Lotéricas.

A dirigente sindical Cristina Gularte, que é funcionária da Caixa, reforça a importância de bancários e clientes se unirem contra a política de diminuição do Estado, promovida pelo governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB), já que ambos serão diretamente atingidos. “A nossa preocupação inclui não só a possibilidade real de piora nas condições de trabalho, devido à sobrecarga com a não contratação de novos funcionários, mas também o impacto que esse processo causa no atendimento ao público. Caso essas medidas sejam efetivadas, certamente haverá o aumento nas filas e um desgaste enorme para clientes e trabalhadores do banco”, explica.