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SÍNDROME DE DOWN : Mães na luta contra a exclusão

18 março
09:30 2016

A Sofia tem 4 anos e meio, é filha da Cátia Silveira, amiga da Kênia Theil, mãe do Renan, 3 anos meio, e também amigos da Estael Dallmann, mãe do Luiz Gustavo, 5 anos.

Em comum, Sofia, Renan e Luiz Gustavo são crianças, puras, sem qualquer tipo de preconceito. Mas são portadores da Síndrome de Down. E aí, a vida de mães e filhos começa a ficar difícil.

A mãe da Sofia passou alguns vários dias deste ano correndo atrás de uma vaga escolar para sua filha. Até 2015, Sofia freqüentava uma escolinha particular. Era mais fácil o acesso. Era. Este ano, Cátia peregrinou por diversos educandários, privados, atrás de um lugar para sua filha. Educadamente, recebeu inúmeros argumentos que no fim se traduziam em um não.

“Ouvi de tudo, no campo da dificuldade. Alguns ficaram de dar um retorno sobre a vaga, mas não evoluiu. Fica claro que não há interesse em receber uma criança que é diferente das demais”, observa Cátia.

Alguns dias atrás, uma recepção surpreendente, positiva, animadora. Na Escola São Francisco de Assis, na rua Almirante Barroso, no centro de Pelotas.

CÁTIA (C), com Sofia, Kênia (E) e Estael: dificuldades para incluir filhos especiais  FOTO: HFJ/DM

CÁTIA (C), com Sofia, Kênia (E) e Estael: dificuldades para incluir filhos especiais
FOTO: HFJ/DM

“Atenção e atendimento diferenciados, inclusivos, de fato”, garante Cátia.

Kênia e Estael ainda podem se contar privilegiadas. Seus filhos estão em ambientes escolares. Renan num educandário particular; Luiz Gustavo, na rede municipal, Escola Bernardo Souza. Até quando, não sabem. Sabem apenas que logo-logo enfrentarão as mesmas dificuldades enfrentadas por Cátia Silveira. Assim como elas, vários outros pais “lutam” pela verdadeira inclusão social de seus filhos.

“No campo da educação, geralmente, nossos filhos são rotulados de incapazes de conviver com outras crianças”, queixa-se Kênia, que vai além: “Quando se precisa de um atendimento médico ou de algum exame clínico as dificuldades são enormes: a fila de espera é longa, e nem sempre é possível esperar”, salienta.

“Assim como nós, muitas mães enfrentam diversos problemas para que seus filhos sejam vistos como crianças normais, sadias, que precisam apenas ser incluídas nos espaços de crescimento e convivência”, completa Estael.

As mães, Cátia, Kênia e Estael, não querem privilégios, querem apenas que seus filhos sejam tratados como crianças, como seres humanos, num mundo de igualdades, mais inclusivo. Esse é o grito das mães de Sofia, Renan e Luiz Gustavo, que precisa ser ouvido e incluído na pauta de pendências sociais.

PIQUENIQUE – Na tarde deste domingo (20), véspera do Dia do Portador da Síndrome de Down, haverá um encontro de confraternização entre familiares e portadores. Será no Clube Planalto, no Areal.

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