Síndrome gripal e respiratória aguda grave. Como identificar a diferença dos sintomas
Febre, mal-estar e dor de garganta. Esses foram os sintomas da gripe tratados pela bancária Monique Aguiar, 22 anos, há algumas semanas. Com a ajuda de uma médica, através de aplicativo de mensagens rápidas, ela tentou alguns medicamentos, aproveitou o home office – permaneceu em casa -, e recuperou-se.
Além do desconforto causado pela doença, Monique enfrentou uma dúvida comum entre muitas pessoas: como diferenciar os sintomas de Síndrome Gripal (SG) e de ´Sindrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), para procurar atendimento médico?
Segundo a pneumologista, professora da Faculdade de Medicina da UFPel, Silvia Macedo, a resposta está na identificação e no acompanhamento da evolução dos indícios gripais. As síndromes, explica a médica, são conjuntos de sinais e sintomas de alguma patologia e não a doença em si.
“Síndrome gripal atinge as vias aéreas superiores – nariz, garganta, traqueia -, e se manifesta sob as formas de dor de garganta, mal-estar, dor no corpo, quadro febril, tosse. Mas, se ocorre uma evolução, comprometendo as vias respiratórias inferiores – pulmões -, aí temos a Síndrome Respiratória Aguda Grave, capaz de causar falta de ar, baixa na oxigenação do sangue e, até mesmo, mudança na coloração das extremidades – mãos e pés”, explica a especialista.
QUANDO BUSCAR ATENDIMENTO?
Estas definições são as mesmas utilizadas no protocolo da Secretaria Estadual da Saúde, para reconhecimento das duas síndromes, adotado pelos serviços de atendimento à população – estratégia que se tornou fundamental, principalmente em tempos de pandemia do novo coronavírus.
“Pacientes que têm síndrome gripal recebem orientação para utilizar remédios para dor e febre, e permanecer em casa. Aqueles que têm SRAG, ou seja, a evolução dos sintomas gripais, precisam buscar o atendimento médico com brevidade”, alerta a médica. Em ambos os casos, a partir de avaliação do especialista, é indicada a realização da testagem para confirmar ou descartar a infecção pelo novo coronavírus.
Cerca de 80% dos casos, conforme Silvia Macedo, são relacionados ao conjunto de sinais de síndrome gripal. Em Pelotas, do começo do ano até agora, a Vigilância Epidemiológica já contabilizou cerca de 2.900 pacientes de síndromes gripais, contra 78 com Síndrome Respiratória Aguda Grave.
VACINA DA GRIPE
Conforme o endocrinologista, mestre em Epidemiologia e integrante do Comitê de Crise para ações de contenção e combate ao coronavírus, formado pela Prefeitura de Pelotas, Eduardo Machado, uma das formas mais eficazes de prevenir as síndromes gripais e sua evolução é fazer a vacina da gripe. “A imunização contra o vírus Influenza é um meio de prevenção, inclusive para outros vírus que tenham ligação com sintomas gripais leves ou graves”, ressalta o médico.
A Campanha Nacional de Vacinação permanece, até o dia 30 de junho, com aplicação da dose nos grupos considerados prioritários. Em Pelotas, conforme dados da Epidemiologia municipal, crianças de até 6 anos e adultos com idade entre 55 e 59 anos têm os menores registros de proteção no município. “Os grupos de risco, como idosos, doentes crônicos – principalmente com problemas respiratórios -, não podem deixar de fazer a vacina, como forma de prevenir uma doença que pode ser fatal”, enfatiza Machado.