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sexta, 03 de maio de 2024

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Sotilli fala ao Diário da Manhã : “Ainda não caiu a ficha”

19 março
09:16 2014

Uma lenda do futebol gaúcho

É assim que Sandro Sotilli se considera enquanto tenta se achar na nova rotina e projeta o futuro

Sotilli chorou o rebaixamento do Pelotas, quando deixou de ser profissional para ser o torcedor Foto: Alisson Assumpção/DM

Sotilli chorou o rebaixamento do Pelotas, quando deixou de ser profissional para ser o torcedor
Foto: Alisson Assumpção/DM

Aos 26 minutos do segundo tempo do jogo de domingo, no Estádio do Vale, em Novo Hamburgo, Sandro Sotilli deixou o campo, sendo substituído pelo garoto Carlos Gato. Terminava naquele momento da partida – vitória do Grêmio por 3 a 0 diante do Pelotas – a carreira de um artilheiro implacável. O maior goleador da história recente do futebol gaúcho. O “Alemão Matador”, o “Sotigol”. Para ele, um mito, uma lenda que serve de inspiração para os jovens.

Sandro Sotilli, 40 anos – nascido em Rondinha, no dia 18 de agosto de 1973 – marcou mais de 450 gols na carreira. Foram 111 gols na primeira divisão do futebol gaúcho. Número que não será alcançado facilmente por outro goleador. Pelo Pelotas, ele fez 57 gols – incluindo, os dois marcados num jogo-treino do começo desta temporada.

Aposentado, Sotilli pretende conviver mais com a família (acompanhar mais de perto o crescimento das três filhas: Maria Eduarda, oito anos, Iasmin, três; e Isadora, um e cinco meses) e tentar a carreira política. Está nos planos imediatos a candidatura a deputado estadual pelo PSB na eleição deste ano.

DIÁRIO DA MANHÃ – Como está sendo a rotina após o fim de uma carreira que se estendeu por 21 anos?

            Sotilli – Ainda não caiu a ficha. A ficha vai caindo aos poucos. Mas essa é uma decisão que eu vinha amadurecendo há dois anos. Agora vou organizando minha rotina do dia a dia. Até final do ano pretendo ficar mais perto da família e tem a questão política, pois devo sair candidato a deputado estadual.

Sandro Sotilli disputa lance com zagueiro do São Luiz: atacante foi o único a ser aplaudido pela torcida Foto: Alisson Assumpção/DM

Sandro Sotilli disputa lance com zagueiro do São Luiz: atacante foi o único a ser aplaudido pela torcida nesta temporada
Foto: Alisson Assumpção/DM

  DM – Tua campanha será centralizada em Pelotas ou pretende buscar votos em todo o estado, já que você é ídolo de várias torcidas?

            Sotilli – Pela identificação com a torcida do Pelotas, o carro-chefe será Pelotas. Não descarto, inclusive, ficar morando aqui. Mas Passo Fundo será bastante forte também, mas sou conhecido sim em todo o estado.

            DM – O ingresso na política era um projeto de carreira para depois do futebol ou surgiu a partir de algum convite ocasional?

            Sotilli – Antes até houve a possibilidade de eu ser candidato a prefeito pela minha cidade, Rondinha. Depois fui filiado ao PT (Partido dos Trabalhadores). Mas o pessoal do PSB, quando soube que eu iria parar de jogar, me convidou para concorrer. Resolvi aceitar o convite. Agora é esperar a convenção do partido, que ocorre em maio ou junho.

            DM – Você encerrou a carreira, seguramente, num dos piores momentos da carreira, com o rebaixamento do Pelotas…

            Sotilli – Como torcedor do Pelotas fiquei muito chateado. Mas não foi culpa minha. Saio de cabeça erguida.

            DM – O que causou esse fracasso do Pelotas no Gauchão?

            Sotilli – Foi uma série de fatores, que foram se juntando para culminar com o rebaixamento. Primeiro, as lesões. O grupo nunca esteve completo desde o começo da temporada, quando chegou a ter 15 jogadores machucados. Depois, o Paulo Porto, apesar dos títulos do ano passado, não conseguiu fazer o time jogar no Gauchão. Não houve nenhuma apresentação convincente. A questão do dinheiro também pesou bastante. A diretoria não teve a transparência necessária com os jogadores. Teve ainda a escolha de alguns jogadores, que não corresponderam à expectativa da torcida e da direção.

            DM – Você só foi ter chance de jogar nas últimas três partidas do campeonato. Fosse pouco aproveitado?

            Sotilli – Tinha condições de ter ajudado mais. Só fui jogar quando o Pelotas já estava praticamente rebaixado…

            DM – Diante disso ficou alguma mágoa?

            Sotilli – Com o Paulo Porto sim, fiquei um pouco chateado com ele. Houve jogos que os nossos atacantes estavam lesionados, e o ataque não vinha fazendo gols, e eu não ficava nem no banco de reservas.

            DM – O que fica para o futebol do goleador Sandro Sotilli?

            Sotilli – Fica um mito, uma lenda. Fica aquilo que as pessoas pensarem. Fui um profissional que deixei aspectos positivos pela minha postura e minha conduta. Vou servir de exemplo para os mais jovens, especialmente para as crianças. 

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