TRÂNSITO : Ciclofaixa segue gerando reclamações
Pedestres reclamam principalmente da falta de consciência de muitos ciclistas que utilizam o espaço sem preocupação com a segurança alheia
Ciclofaixa é um espaço destinado à circulação exclusiva de bicicletas, mas que deveria ter regras mais claras para sua utilização. Pelo menos para os que se acham os donos da razão, que à sua frente só enxergam seus direitos. Ou seja: pouco ou quase nada de deveres ou compartilhamento de boas maneiras e respeito ao próximo. Na verdade, desrespeito quase total.
Não é raro alguns ciclistas fazerem da ciclofaixa verdadeiras pistas de corridas, como se ali apenas eles tivessem o privilégio de transitar. E as pessoas que precisam atravessar o espaço para cruzar uma rua, por exemplo? Aí, precisam estar muito ligadas para não correr o risco de um atropelamento, haja vista que seus tradicionais usuários utilizam o espaço no sentido que bem entendem.
A ciclofaixa inaugurada recentemente na rua Felix da Cunha, no centro de Pelotas, ainda não encaixou no seu verdadeiro propósito. Talvez graças a falta de senso comunitário de alguns ciclistas. E quem paga o pato são os pedestres que precisam atravessar o espaço. Isso porque não há uma sinalização que indique que pessoas atravessam a ciclofaixa. Na Felix da Cunha, onde o trânsito anda em apenas um sentido, é comum que os pedestres cuidem o trânsito de veículos. E nem sempre contam com a colaboração dos ciclistas que circulam em sentido contrário e em alta velocidade.
Na semana passada, uma funcionária pública tentava atravessar a ciclofaixa na quadra entre as ruas Sete de Setembro e Princesa Isabel, por volta das 13h. Atenta ao movimento de veículos, e ao seu filho, o qual leva para a escolinha, parou no meio fio. Quando os dois colocaram os pés na ciclofaixa, foram atropelados por uma “cidadã” que vinha em sentido contrário, em sua bicicleta. Foram jogados ao chão, machucados. E ainda foram “xingados” pela ciclista “dona” do espaço.
“Enquanto eu dava uma atenção para o meu filho, escutei ela dizer que eu tinha de ter mais cuidado, tinha de olhar para os dois lados, como se eu tivesse atravessado na frente de propósito”, reclama, indignada, pela falta de uma sinalização voltada à atenção dos ciclistas para com os pedestres e pela “desumanidade” da cidadã que a atropelou.