UBAI Navegantes deixa usuários sem atendimento
Impasse deixa UBAI sem atendimento
Secretaria de Saúde teria orientado que funcionários atendessem apenas casos considerados graves
Ontem à tarde, os vereadores Ricardo Santos (PDT) e Marcos Ferreira (PT) foram até a UBAI Navegantes, após receberem denúncia de falta de atendimento. “É um fato preocupante, pois os gestores públicos estão aproveitando a paralisação para colocarem a população contra os funcionários”, afirmou Ricardo Santos.
Os profissionais que estavam no local não quiseram se identificar, mas mostraram-se preocupados e indignados com a situação, pois segundo explicaram, houve determinação da Secretaria Municipal de Saúde, para que fossem atendidas apenas as fichas amarelas, que simbolizam os casos considerados graves.
“É lamentável ver pacientes esperando e médicos de braços cruzados por terem recebido uma ordem”, salientou o vereador Marcola. Sem poder atender, médicos e enfermeiros aproveitaram o momento para desabafar e disseram que muitas vezes também ficam sem trabalhar pela falta de materiais básicos como medicamentos e curativos.
Durante a fiscalização, várias insatisfações foram apontadas pelos usuários e todos declararam que não passaram por nenhum profissional da saúde, nem mesmo por um enfermeiro para ser feita uma avaliação preliminar ou um encaminhamento para outro local, embora a gerente distrital, Lenice Muniz, tenha relatado que essa não era a orientação, pois de acordo com a representante da Secretaria de Saúde “a triagem deve ser realizada”.
Nesse impasse, dois casos chamaram a atenção. Uma jovem de 17 anos, Alice da Silva, que estava com a mão inchada de uma mordida canina, sem saber se o cachorro era vacinado, e o paciente Jurandir Freitas, com um ferimento na mão, ocasionado por um acidente de trabalho. Conforme explicaram, a única orientação que foi fornecida, veio dos funcionários que fazem o atendimento na recepção.
“O moço da recepção disse que talvez eu tivesse que passar pela enfermeira, mas é um caso que não precisa de médico, pois é só lavar com água e sabão e depois não abafar o local afetado”, relatou Alice. “A moça que falou comigo disse que só estavam atendendo os casos graves e que o meu era só passar água e sabão”, declarou Jurandir.
Após a intervenção dos vereadores, foi realizada uma conversa com representantes do Executivo e ficou determinado que as pessoas que aguardavam um retorno iam ser atendidas. “Depois do nosso contato, parece que a coisa começou a fluir, isso mostra o compromisso do Legislativo com a saúde”, enfatizou Ferreira.