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quarta, 15 de maio de 2024

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URBANÔMADE : Intervenção artística na praça Palestina

URBANÔMADE : Intervenção artística na praça Palestina
14 setembro
09:56 2015

Nesta segunda ainda poderá ser visitada a mostra “MaLoCa.Lab” na sede da OCA – Praça da Alfândega no Porto

Por Carlos Cogoy

Laboratório de Práticas Experimentais UrbaNômade e Outras Maloqueiragens (MaLoCa.Lab), é mostra que ainda poderá ser visitada na Ocupação Coletiva de Arteirxs (OCA) – imediações do Porto. As criações são processos criativos que questionam sobre a preservação ambiental, padronização urbana e controle social. Como autores, Rogério Marques, Maurício Ploenals e Cristiano Araújo. Como convidados: Vitor Pavan e Renato Uveda.

Microgaleria, moradia portátil e plantas nativas no espaço público

Microgaleria, moradia portátil e plantas nativas no espaço público

Na mostra instalada no primeiro andar da OCA, Rogério Marques participa com o “Micro-Squat Periplaneta Americana”, a criativa cadeira “Confortablescape” e o trabalho “Desobediência urbana”. Neste mapeamento, ele cartografou áreas ociosas e abandonadas da cidade. Cristiano Araújo participa com o “Espaço de Arte Contemporânea CAÔ” – caixa que funciona como microgaleria. Cristiano, além do CAÔ, também expõe a micro-habitação “Crotoca”, estrutura que habitou durante um ano. Outra criação é a “Flotoca”, projeto de embarcação à base de tonéis. A ideia é navegar pelo São Gonçalo e Lagoa dos Patos, deslocando-se até Porto Alegre, onde a embarcação integrará mostra.  Ploenals apresenta a curiosa bicicleta que puxa barco. A ideia é chegar a outra margem do São Gonçalo, onde sua obra segue e pode ser avistada por luneta. Já os convidados Renato Uveda e Vitor Pavan, participam com o dispositivo de moradia portátil “A posse simbólica da Terra”, que está colocado à frente da OCA.

PRAÇA Palestina à rua Voluntários da Pátria – em frente à Escola Dom João Braga – é área verde que permanece sem ajardinamento e equipamentos de lazer. O local foi alvo de polêmica, pois houve a tentativa da Câmara Municipal pela construção da sede própria, estabelecendo-se numa parte do quarteirão. No dia 8, como etapa da “MaLoCa.Lab”, artistas realizaram “Okupa” na praça. Cristiano, Ploenals, Uveda, Rogério e Ivan, levaram a microgaleria “Caô”, a moradia portátil “Posse simbólica da terra”, o “micro-squat”, e plantas nativas foram trazidas da margem do São Gonçalo.

A intervenção, inicialmente, seria num “corredor” ao fundo do Grande do Hotel. Como a área foi ocupada pela especulação imobiliária, embora juridicamente a ação seja controversa, houve a decisão pela mudança de local. A praça foi escolhida pois é área verde que persiste sem o devido cuidado. No local, interação com moradores que entenderam a ocupação. E os artistas informam que os vizinhos disponibilizaram o uso de banheiros, ofereceram água e segurança. Na microgaleria “Caô”, foi exposta criação artística de “Aerognomo”. Durante a semana, os artistas receberam a visita de fiscais da Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA). Eles foram questionados sobre a presença no local, explicaram o propósito e tiveram de protocolar a solicitação pelo uso do espaço. Como a experiência já encerrou, tempo foi escasso para a avaliação do pedido na SQA.

Autores Maurício Ploenals, Cristiano Araújo, Renato Uveda e Rogério Marques

Autores Maurício Ploenals, Cristiano Araújo, Renato Uveda e Rogério Marques

DESMALOCAMENTO como foi chamada a retirada do local ontem à noite, teve atividades como: incursão em área verde urbana que está ameaçada pela especulação imobiliária – trecho nas proximidades da avenida Juscelino K. de Oliveira; cerimônia de inauguração da Reserva Ambiental MaLoCa Parque; caminhada;  culinária experimental UrbaNômade. A ocupação foi o “movimento 2” do projeto. Rogério acrescenta: “Maloca.Lab parte desse grande encontro, onde as práticas artísticas se pensam horizontalmente na sua estrutura contextual. As relações entre os trabalhos e o meio do qual eles são gerados e consequentes lugares de ativação, se dão como proposições discutidas abertamente numa condição relacional. Investigamos e agimos no nomadismo contemporâneo, antiterritorial e anticapitalistas. Propomos mais do que explicamos”.

INTERVENÇÃO provoca questionamentos à comunidade. Rogério menciona que, de acordo com o levantamento que realizou, são inúmeros os imóveis vazios e áreas desocupadas em regiões como o Porto. Outro aspecto é a constante ameaça ao meio ambiente, por conta dos empreendimentos que vão padronizando as opções de moradias. Na internet: malocalab.tumblr.com

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