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AGONIA : É possível acreditar?

AGONIA : É possível acreditar?
11 março
08:44 2014

Matemática mostra que ainda há chance de escapar do rebaixamento

A matemática mostra que o Pelotas pode ainda escapar do rebaixamento. Para isso é preciso vencer os dois jogos restantes – contra Caxias, na Boca do Lobo; e Grêmio, na Arena – e torcer por resultados paralelos. Torcer não apenas no campo, mas também no tribunal para que o Esportivo seja punido com a perda de três pontos por causa dos atos racistas de sua torcida. Mas o mais difícil de acreditar é justamente nas vitórias da equipe, que ganhou apenas duas vezes em 13 jogos do Gauchão de 2014.

Se a matemática permite acreditar, a fé se mantém na Boca do Lobo. “Acreditamos sim, não jogamos a toalha. Enquanto o coração bater, nós vamos lutar e, se morrermos, vamos morrer esperneando”, disse o diretor de futebol, Manoel Nunes (Neca). Sandro Sotilli revelou também em entrevista coletiva nesta segunda-feira sua crença na “salvação” do Pelotas.

O jogador lembrou dificuldades anteriores, como em 2009 – antes do acesso, numa derrota em casa para o Riograndense, mas seguidas de vitórias seguidas – e da classificação para as quartas de final do segundo turno do Gauchão de 2010 (empate por 1 a 1 com o São José, em Porto Alegre). “Fiz o gol aos 47 minutos do segundo tempo”, recordou o maior artilheiro de Gauchão em atividade, com 111 gols.

Sotilli defende que o pensamento seja unicamente o Caxias. Uma vitória que dará pelo menos sobrevida para a última rodada. Se a matemática permite sonhar, então é possível acreditar num milagre. Mesmo que a campanha ao longo do campeonato enfraqueça a crença até mesmo do mais fanático torcedor do Lobão.

Do céu ao inferno em apenas 60 dias

Lucas é mais um desfalque no time para jogo desta quarta-feira  Foto: Alisson Assumpção/DM

Lucas é mais um desfalque no time para jogo desta quarta-feira
Foto: Alisson Assumpção/DM

No dia 12 de janeiro, a Boca do Lobo exultava de alegria pela conquista do terceiro título do Pelotas em dois meses. Sessenta dias depois, o ambiente pode ser completamente inverso. Se não houver vitória contra o Caxias, amanhã, às 19h, o time estará rebaixado para a segunda divisão. Uma guinada completa em um curto período de tempo. A descida da glória ao fracasso em exatos 60 dias.

Para evitar que isso ocorra, o técnico Luiz Carlos Barbieri terá novamente que se virar. Ele perdeu mais um jogador: Lucas está suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Jeferson Costa sentiu uma lesão no primeiro tempo do jogo passado e é dúvida. Mithyuê voltou a ter problemas de câimbras, mas deve ser mantido no time. Quem volta é o zagueiro Pedrão, que cumpriu suspensão na derrota de 2 a 1 para o São Luiz.

Os demais lesionados não têm chance de voltar nesta partida e talvez nem na de domingo diante do Grêmio, na Arena. É o caso de Gadelha, Felipe Guedes e Tiago Gaúcho. Barbieri terá que formar a equipe com as escassas opções disponíveis no elenco. A provável formação pode ter Roger Kath; Michel, Pedrão, Bruno Salvador (Fred) e Alex; Igor, Carlos Alberto, Wagner Libano e Mithyuê; Rafael Santiago e Sandro Sotilli.

Bate Pronto por Caldenei Gomes

Matemática

Apesar de todo o esforço para ser rebaixado, o Pelotas tem ainda chance de se manter na primeira divisão. São nove derrotas em 13 partidas – aproveitamento de apenas 20%. Mesmo assim, a matemática apresenta a possibilidade de escapar da queda. Isso é uma mostra do quanto é difícil ser rebaixado no Gauchão.

  • – Se o Esportivo for punido com a perda de três pontos no julgamento de quarta-feira, cai para 10 e tem apenas mais um jogo para disputar no Gauchão.
  • – Se o Pelotas vencer o Caxias, sobe para 11 pontos. Fica à frente do Esportivo. O problema é que na última rodada irá enfrentar o Grêmio, na Arena, enquanto o concorrente de Bento Gonçalves joga em casa diante do São José.

A outra hipótese é menos provável – quase impossível. Ou seja, o Pelotas ganhar seus dois jogos, chagando aos 14 pontos; e o São Paulo perder duas vezes: Cruzeiro, no Aldo Dapuzzo; e Passo Fundo, no Vermelhão da Serra.

Até porque, se for necessário para rebaixar o Pelotas, o Passo Fundo “entrega” o jogo para o São Paulo.

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Desânimo

O que causa desânimo é saber que o Pelotas necessita vencer seus jogos – pelo menos o de quarta-feira para se manter “respirando” na última rodada. O que esperar de um time que fracassou diante do “moribundo” São Luiz, dentro da Boca do Lobo? Era a oportunidade ideal para vencer. Mas acabou aceitando naturalmente a lanterna repassada pelo adversário.

O Pelotas é um time sem poder de reação, resignado nesta caminhada em direção ao rebaixamento. Até os torcedores entraram neste clima de conformismo. Os protestos, após o jogo de domingo, foram muito menores do que se poderia esperar de uma torcida exigente. Até porque, a queda vem sendo ensaiada há quatro edições do Gauchão.

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Fim do túnel

O Pelotas denunciou a irregularidade administrativa cometida pelo Passo Fundo. O concorrente acabou sendo punido com a perda de oito pontos. Mas o Lobão se aproveitou por apenas três dias – período em que se manteve fora da zona de rebaixamento.

A provável punição ao Esportivo por conta dos atos racistas de sua torcida surge como uma luz no fim do túnel. Mas é possível que novamente o Pelotas não se beneficie desta nova “ajuda” vinda do tribunal. Afinal, continua firme no propósito de ser rebaixado. Os vilões são as lesões, os erros individuais, a falta de sorte… Mas as derrotas (como as vitórias) começam fora de campo.

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