UFPEL : Seminário Pensamento Crítico tem programação até amanhã
Refletir sobre a democracia pós-ditadura e aprofundar debates sobre o cenário atual de incertezas são duas das missões do evento que começou ontem na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Até amanhã, mais de cem pessoas estarão reunidas na Faculdade de Direito para o 7º Seminário Internacional Pensamento Crítico – Constitucionalismos, Democracias e Educação: o presente e o futuro da América Latina
O encontro iniciou em 2005 e, desde lá, sempre gera um livro após cada edição. Reunindo várias instituições de ensino, o Seminário congrega uma linha de reflexão filosófica e política. Conforme um dos organizadores da atividade, professor Jovino Pizzi, nesta edição a proposta é pensar a América Latina no contexto pós-ditadura, já que a concepção de democracia acaba sendo ligada ao conceito de passividade. “Pensamos que todos os problemas estariam resolvidos com a democracia. Mas necessitamos mais aprofundamento nos debates e repensar questões básicas, como políticas sociais e papel do Estado. Precisamos refletir sobre o modelo de sociedade, convivência e perspectivas que vivemos e queremos”, pontuou.
Na abertura do evento, o reitor da UFPel, Mauro Del Pino, destacou que o encontro será um importante espaço para a contemplação do contexto social, político e econômico vivido atualmente. “Pensamentos conservadores espalham tentáculos por todos os setores e isso precisa ser compreendido. O fenômeno merece uma análise bastante detida, inclusive no sentido de defender os caminhos que se vem percorrendo nos últimos anos, como a garantia de políticas públicas, que correm riscos”, disse, mencionando que, neste cenário de disputa, cabe à academia atuar para que avanços e conquistas das últimas décadas de fato se consolidem.
O evento é promovido pelas Faculdades de Direito, Educação e Filosofia da UFPel, juntamente com Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IF-Sul) e Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Nesta edição, foram 82 trabalhos inscritos. O Seminário dará origem a dois livros – uma das publicações reunirá as palestras dos professores e, a segunda, dois trabalhos selecionados de cada mesa temática.
REFLEXÕES
As atividades começaram com a palestra da professora da Universidade Estadual do Amazonas, Rita de Cássia Fraga Machado, que falou sobreEducação, Gênero e Diversidade enquanto espaços democráticos. Também integrando a primeira atividade, o professor da Universidade de Forte Valley, nos Estados Unidos, Edward Demenchonok, não pôde estar presente, mas enviou um texto de contribuição que foi apresentado aos presentes.
Hoje, as palestras serão com Maria Aparecida Rezende, que falará sobre Desafios dos Povos Amazônicos ou os Dilemas para a Democracia Brasileira, e Renel Prospere, que abordará Haiti: Primeiro Estado-Nação Afro-Ameríndio Latino-Americano.
Depois, ainda na quarta-feira, haverá a participação de Delamar José Volpato Dutra, que traz o temaConstitucionalismo Brasileiro: uma Perspectiva Filosófica, e Dilnéia Rochana Tavares, que aborda Esfera Pública e Democracia: os Movimentos Sociais e Pluralismo.
Na quinta-feira, data do encerramento do evento, os temas em evidência serão Patologias da Educação: Dados de uma Pesquisa Gaúcha, com Jarbas Santos Vieira; América Latina Pós-Ditaduras, com Jovino Pizzi; e Constitucionalismos e Modelos, com Maria das Graças Britto. A palestra de encerramento está a cargo de Cristián Valdés Norambuena, que falará sobre Repensar América Latina.
As mesas temáticas, que ocorrem à tarde, giram em torno dos assuntos Educação e Direitos Humanos;Políticas Distributivas e Governança; Modelos de Democracia; Constitucionalismo e Constitucionalismos;Democracia, Educação e Diversidade; Teorias do Controle Social e Pluralidade; Educação Ambiental e o Futuro da Natureza; e Constitucionalidade: entre o Sagrado e o Laico.