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segunda, 29 de abril de 2024

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TERÇA COM MÚSICA : Música regional com sotaque jazzístico

22 setembro
09:32 2015

Nesta terça-feira às 18 horas no pátio do Mercado Central, compositor e intérprete Rodrigo Madrid será a atração

Por Carlos Cogoy

Música gaúcha aberta a influências rítmicas. Arte regional dialogando com diferentes sonoridades. Novo projeto do compositor e intérprete Rodrigo Madrid. Parte inicial do “Nativojazz” será apresentada ao entardecer desta terça no Mercado Público. Ele afirma que a fase ainda é experimental, e o objetivo é apresentar a proposta completa em 2016. Além da “mistura da cultura gaúcha e o jazz instrumental”, também tocará músicas do disco “Meu jeito de aprendiz” – gravado em 2011, que não chegou a ser lançado. Para o repertório com próprias e também releituras de clássicos, ele será acompanhado por Mano Jr (acordeon), Carlos de Césaro (contrabaixo), e Renato Popó (bateria). O “Terça com Música” é iniciativa de Tato Ribeiro da Banca 42. ENTRADA FRANCA.

Rodrigo Madrid apresentará fase inicial do projeto “Nativojazz”

Rodrigo Madrid apresentará fase inicial do projeto “Nativojazz”

TRAJETÓRIA – Madrid é bacharel em canto. Atualmente, também na UFPel, está cursando a licenciatura em música. Ele menciona sobre a ligação com a música: “Comecei a tocar violão com nove anos, inicialmente sozinho. Posteriormente, recebi aulas. Em casa sempre escutei MPB, e iniciei tocando alguns rocks. Minhas influências vão desde Mauro Moraes a Chico Buarque. Mas, quando passei a participar de CTG, aflorou meu gosto pela cultura gaúcha.

E a música regional também está ligada à família que reside no interior. Profissionalmente meu inicio foi aos doze ou treze anos. Tocava em grupos artísticos, e cantava em festivais nativistas. Minha preparação vocal e instrumental, ocorreu com as graduações na UFPel. O que sempre me atraiu foi o lado ‘mais aberto’, ou com um foco mais urbano. Pois acredito que minha música hoje chega ao trabalhador da cidade da juventude e também com aquele temperinho que faz lembrar algumas histórias interioranas, que o público chega pra contar quando escuta determinada música. Até hoje caminho entre a cultura urbana gaúcha, sem perder as características do som da terra”.

DESTAQUES na trajetória artística, conforme Rodrigo, referem-se a momentos como o show comemorativo aos duzentos anos de Pelotas. Também ressalta a participação na gravação do DVD de Mauro Moraes no Guarany. Outra apresentação que não chegou a repercutir, mas tem apelo emocional foi o recital de formatura na UFPel. Como conquista, enfatiza o terceiro lugar na 30ª edição do Reponte da Canção em São Lourenço do Sul em 2014. Madrid acrescenta: “Minha arte fala sempre de uma estrada que aprendi com nossos costumes, que é o aprendizado e a vontade de crescer sem perder as raízes. Algo que não tem fim. Cada um tem a sua forma de espalhar suas sementes, suas verdades. Como músico e professor, duas profissões difíceis e lindas, atuante no mercado, estou sofrendo como todo cidadão. Mas sei que, se lutarmos pelo que semeamos, vamos ter retorno num futuro breve”.

DIGNIDADE artística é desafio diante dos modismos difundidos pela grande mídia, bem como a precária valorização profissional na realidade local. Rodrigo avalia sobre a influência da mídia e as redes sociais, bem como os obstáculos profissionais: “Eu vejo que a mídia pode ser uma aliada ou uma inimiga. Depende do que cada um está disposto a fazer. Acredito que a música de raiz está perdendo espaço. Mas daí avalio de duas formas.

Claro que a mídia tem 70% de responsabilidade atualmente, até porque hoje as redes sociais não filtram nada e a qualidade está cada vez menor, pois a exigência está menor. Mas temos também o mercado. Por exemplo, hoje em dia um dono de estabelecimento não sabe quem tá contratando, só quer saber se vai dar movimento e se vai vender. Então o foco não é a qualidade que será atingida. E principalmente nós, os músicos, é que estamos nos adaptando a esse meio. Pois quando se propõe alguma coisa de qualidade, onde os músicos investem em instrumentos bons, e estudam horas, muitas vezes acabam nem tocando, pois não há retorno e nem interesse das casas. Além disso, também não temos teatros menores ou casas de espetáculos para atender essa demanda”. Para saber mais sobre Rodrigo, além do Facebook, também é possível acessar: http://rodrigomadrid.net/

 

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