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Ornel diz que governo brigou com a cidade

29 julho
17:16 2014

Presidente da Câmara revela que, apesar da pressão, Legislativo mantém autonomia frente ao Executivo

Foram quase 60 minutos de uma proveitosa conversa entre jornalista e político, ambos contemporâneos e também colegas: advogados e professores. Com mais uma característica em comum, a vontade de conversar e, principalmente, de conversar sobre Pelotas, na manhã desta terça-feira, 29/07, o jornalista Renato Varoto, âncora do programa Universidade Entrevista, da Rádio Universidade, entrevistou o presidente da Câmara Municipal, Ademar Ornel(DEM). À mesa, além dos jornais do dia e do cafezinho, muita política e uma boa dose de descontração.

Em programa de rádio, Ademar Ornel afirma: governo brigou com a cidade

Em programa de rádio, Ademar Ornel afirma: “Governo brigou com a cidade”

Varoto iniciou a entrevista, lembrando que, na estreia do programa, há cerca de um ano, o convidado foi justamente Ademar Ornel. “Goste-se dele, ou não, não se pode negar que é um homem de opinião, o que traduz a proposta do programa”, afirmou. Em seguida, o jornalista pediu que o presidente da Câmara fizesse um balanço do primeiro semestre de 2014.

“Foi bastante positivo. Mantivemos nossa independência, nossa autonomia (em relação ao Executivo), nossa trincheira de lutas em nome dos menos favorecidos”, afirmou o presidente da Câmara. Ele lembrou projetos e outras propostas que tramitaram com sucesso, como o da Polícia Comunitária, já implantado no município; a CPI da Avenida Fernando Osório; o caso da consultoria Falconi, que está no Ministério Público, com uma liminar que suspende o contrato com a Prefeitura; a intermediação das crises entre o Executivo e seus funcionários, que “é um grande desafio frente ao poder do Executivo”.

Diálogo – Varoto questionou Ademar Ornel sobre o trancamento da pauta da Câmara, por causa da greve dos trabalhadores do Sanep. O vereador explicou que a Casa optou pelo trancamento em solidariedade aos funcionários que queriam ser atendidos pelo Executivo.

“Não queríamos dizer ao prefeito o quanto ele deveria pagar de aumento, mas uma das funções do gestor público é dialogar”, afirmou Ornel. “Na verdade, neste caso, quem teria que dialogar seria o Sanep”, continuou.

O parlamentar disse, ainda, ser amplamente favorável a uma discussão sobre a situação da autarquia, e lembrou que o prefeito Eduardo Leite assumiu o compromisso, há um ano, de realizar uma auditoria externa para levantar os problemas do Sanep.

“Existe uma inércia muito grande, um descompasso muito forte na equipe do governo. O prefeito precisa rediscutir o governo, mudar a relação com a sociedade, trabalhar com objetivos, mostrar a que veio e o que fez, porque a população está muito descontente”, afirmou Ornel.

Agilidade – “A relação da Câmara com o Executivo é conflituosa? Qual seria o gesto de boa vontade para reaproximar um do outro?”, questionou Renato Varoto.

“O governo é o executor, nós somos os legisladores”, afirmou o presidente da Câmara. “Não podemos nos responsabilizar pelo que o governo fez ou não fez. Não temos relação conflituosa, mas de agilidade. Quando o Executivo precisou de um empréstimo de R$ 7 milhões para comprar máquinas, aprovamos em menos de uma semana. O empréstimo para o Centro Esportivo do Dunas foi liberado em 24 horas. A criação da Polícia Comunitária também foi aprovada rapidamente”, lembrou Ornel.

O parlamentar encerrou a entrevista afirmando que o prefeito “precisa de um programa mínimo para Pelotas, com uma postura para o bem da cidade, precisa dialogar com os diversos setores da sociedade, pois o Poder Público já brigou com os treilers, os centros de umbanda, os evangélicos, os livreiros, a Escola Louis Braille”.

Ele lembrou que “o povo elege o seu vereador para ter compromisso com a sua cidade e a sua consciência”, e que esta Câmara está cumprindo com seu papel de legislar.

Rifa – Indagado sobre a convocação da secretária de Justiça Social e Segurança, Clesis Crochemore, para prestar esclarecimentos sobre as irregularidades no programa Minha Casa, Minha Vida, a qual, segundo Renato Varoto, “já foi rifada e deve deixar o cargo em seguida”, Ademar Ornel disse que a titular da pasta continua no cargo e as irregularidades são muitas.

“Mais de 250 pessoas compareceram à audiência pública realizada pela Câmara, e o mau atendimento com a população no setor de cadastramento é muito grande. O outro problema são as pessoas que recebem as casas e não ocupam, colocam à venda. Nada disso é fiscalizado pela Prefeitura, mas a Polícia Federal está investigando”, afirmou o parlamentar.

E completou: “o descompromisso da secretária Clesis e do Marcelo (Pinheiro, superintendente do cadastro social) exige uma tomada de posição da Câmara)”.

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