Diário da Manhã

Funcionários da companhia e representantes de entidades ligadas à Fundação CEEE realizaram um encontro na noite de quinta em Pelotas. Com o plenarinho da Câmara de Vereadores lotado, os trabalhadores iniciaram uma mobilização para alertar a população gaúcha sobre o que consideram iniciativas do governo do Estado para facilitar a privatização da empresa.

A atual diretora presidente do fundo de pensão da companhia, Janice Fortes, e o presidente do Conselho Deliberativo da estatal, Marco Adiles Garcia, apontam como preocupante a troca de mandatário da Fundação CEEE. “É legítima a indicação de um novo diretor. No entanto, isso ocorreu meses antes do período correto e o escolhido tem uma série de problemas apontados da sua gestão anterior, quando causou prejuízos ao fundo de R$ 46 milhões”, aponta Janice.

Conforme a vice-presidente da Comissão de Serviços Públicos da Assembleia Legislativa, deputada Miriam Marroni (PT), a troca de diretoria na Fundação CEEE interfere diretamente no futuro da companhia e de milhares de trabalhadores. A parlamentar lembrou que o plano de previdência da fundação conta atualmente com mais de 15 mil participantes e 13 mil dependentes. “Apostar em uma nova gestão temerária traz riscos àquele que é o maior fundo de pensão do Estado e visa facilitar a venda da CEEE. Isso seria uma perda enorme a todos os gaúchos, pois a companhia tem papel social fundamental”, comenta.

Os funcionários da companhia em Pelotas e Rio Grande que estiveram na reunião afirmaram que irão ampliar a mobilização com o apoio das bancadas do PT e PDT na Assembleia Legislativa e Câmaras de Vereadores. “Desde o ano passado temos visto ações no sentido de enfraquecer a companhia, apontando uma série de problemas para que a opinião pública passe a apoiar a privatização da CEEE. Vamos lutar para que a fundação não seja administrada por quem tem interesse em criar um clima propício à venda da empresa”, afirma João Batista Gonçalves, funcionário da empresa em Rio Grande.

Após o fim do recesso legislativo, trabalhadores e representantes da Fundação CEEE irão até a Assembleia Legislativa levar às bancadas um documento com os problemas apontados na gestão anterior (1992-1995) de Moacir José Grippa e pedir que sua nomeação para a presidência do fundo de pensão seja impedida. A comitiva também cobrará dos parlamentares postura contrária à proposta em tramitação que visa retirar a obrigatoriedade de plebiscito para a privatização de estatais.