Diário da Manhã

Atualmente no Brasil existem 18 empresas sendo investigadas por suspeita de formação de pirâmide financeira, segundo a Associação Nacional do Ministério Público do Consumidor (MPCON).

O esquema de pirâmides financeiras também está presente em Pelotas. O advogado Eduardo Krüger, atende dez clientes com processos em andamento  em diversas empresas que supostamente vem aplicando o golpe nos pelotenses. Seus clientes estão pedindo indenização por danos morais e devolução do investimento.

“As pirâmides financeiras se apresentam como uma empresa de marketing multinível, como por exemplo, as famosas redes de cosméticos, onde todas as revendedoras realmente lucram com a venda de seus produtos, e não com a indicação de mais sócios para a empresa”, disse Krüger. E acrescentou “Já a pirâmide beneficia somente o idealizador do esquema, além de uma pequena parcela de investidores que ingressaram no início do negócio, não gerando nenhum benefício ao total de associados ligados à empresa”, explicou.

O QUE É PIRÂMIDE FINANCEIRA?

O esquema em pirâmide depende basicamente do recrutamento progressivo de outras pessoas para o sistema, sem levar em consideração a real geração de vendas de produtos ou serviços. Os ganhos, portanto, não vêm dessas vendas, mas das taxas pagas por quem entra no sistema, com os novos associados remunerando os antigos. Num certo momento o negócio se torna insustentável, uma vez que é matematicamente impossível atrair novos participantes para a rede, e os que entraram por último acabam sendo lesados e perdendo os recursos aplicados.

O QUE DISTINGUE O MARKETING MULTINÍVEL DA PIRÂMIDE?

A diferença básica é que o Marketing Multinível (MMN) é um canal de distribuição de produtos e serviços, e não de captação de recursos para investimento, e não depende de novos associados para a sustentabilidade do negócio. No MMN, o número de consumidores dos produtos ou serviços é sempre superior ao número de revendedores, e o consumo é baseado no benefício e qualidade que trazem. Outra diferença é que as empresas pagam apenas um percentual de vendas já realizadas. Ou seja, se nunca mais entrar um novo membro, os pagamentos terão como ser mantidos, uma vez que o consumidor final estará utilizando o produto, mesmo sem fazer parte da rede.