União de forças no combate à violência sexual em Pelotas
Só neste ano 26 mulheres foram estupradas, a maioria universitárias apanhadas na saída de festas. DELEGADA da Mulher (à esq.) e a deputada Miriam
Foto de Gabriel Ribeiro/Especial-DM
Uma ação contra o abuso sexual e estupros após festas universitárias deve ser colocada em prática pela deputada Miriam Marroni. Motivada por matéria publicada na Imprensa, no início do mês, a deputada reuniu-se com a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Lisiane Mattarredona, para um apanhado mais detalhado dos crimes registrados.
Conforme a descrição da delegada, o perfil dos homens que cometem tais agressões é predominantemente de jovens. “São universitários que estão dentro das festas. Atacam vítimas com a faixa etária entre 20 e 22 anos. Costumam abandonar as meninas logo após o estupro em qualquer lugar da cidade”, disse Lisiane.
A partir dos relatos e investigações, a deputada manifestou sua inconformidade com o assunto. Miriam destacou: “Mais uma vez a desigualdade de gênero aparece de forma imponente. Estes rapazes cometem os abusos e, influenciados pelo machismo, não se consideram criminosos. Eles acreditam que isso faça parte do papel de homem. Esse fenômeno é um processo cultural histórico que empodera o macho e estimula a sexualidade como parte do seu comportamento, tendo a mulher como objeto”.
A parlamentar irá promover audiência na Assembleia Legislativa e encontros com acadêmicos da rede pública e privada com o intuito de debater o tema. Somente em 2014 já foram registrados 26 casos em Pelotas. Grupos como o Gamp (Grupo Autônomo de Mulheres de Pelotas) e núcleos de juventude dos mais variados setores também serão procurados para participarem da discussão.
