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Brasil tropeça no México : Goleiro mexicano faz milagres e impede vitória da seleção

Brasil tropeça no México : Goleiro mexicano faz milagres e impede vitória da seleção
18 junho
09:49 2014
Neymar jogou bem, mas não conseguiu vencer a forte marcação mexicana

Neymar jogou bem, mas não conseguiu vencer a forte marcação mexicana

Não foi o Brasil que brilhou no Castelão, em Fortaleza, nesta terça-feira. O principal destaque do jogo foi o goleiro mexicano Ochoa, que praticou pelo menos quatro defesas espetaculares. O empate por zero a zero da Seleção Brasileira com o México pela segunda rodada da fase de grupos da Copa do Mundo começa a ser explicado pela atuação do goleiro adversário. Mas passa necessariamente pela avaliação de que o Brasil não jogou bem. Produziu menos ainda do que no jogo de estreia – vitória de 3 a 1 diante da Croácia.

O resultado mantém o Brasil na liderança do Grupo A, com quatro pontos e saldo de dois gols positivos. A vantagem sobre o México está justamente no saldo. A Seleção Brasileira tem um gol a mais. Nesta quarta jogam Croácia e Camarões na Arena Amazônia, em Manaus. Independente do resultado desse jogo, a definição dos dois classificados ficará para a última rodada. Na segunda-feira, o Brasil enfrenta Camarões em Brasília; e a Croácia encara o México na Arena Pernambuco.

Sem Hulk, que não jogou por causa de um desconforto na coxa esquerda, Ramires foi escalado pelo técnico Luiz Felipe Scolari. Jogando aberto pelo lado do campo, o volante do Chelsea teve uma atuação apagada. Já o México marcou forte e saiu rápido para o contra-ataque. Teve uma conclusão, de fora da área, muito perigosa de Herrera, com a bola tocando na mão de Júlio César. Mas o personagem do primeiro tempo já foi Ochoa. Ele brilhou ao defender uma bola em cabeçada de Neymar e impediu o gol de Paulinho.

No segundo tempo, o Brasil perdeu o controle do meio-campo e o México insistia em chutes de fora da área. Até que Marcelo passou a jogar mais pelo meio, equilibrando a disputa no setor. No abafa, o time brasileiro teve duas chances de gol, mas Ochoa foi simplesmente espetacular. Primeiro, numa conclusão de Neymar; depois, num cabeceio de David Luiz. Júlio César também foi decisivo ao defender chute cruzado de Jiménez.

 

Oscar não repetiu a atuação da estreia e Brasil ficou na dependência exclusiva de Neymar Foto: Jefferson Bernardes/Vipcomm

Oscar não repetiu a atuação da estreia e Brasil ficou na dependência exclusiva de Neymar
Foto: Jefferson Bernardes/Vipcomm

Dependência de Neymar

É evidente a dependência no time brasileiro de Neymar. É dele que se espera a solução dos problemas da equipe em campo. Ontem, o camisa 10 começou na função de articulador e, depois, no começo do segundo tempo, passo a jogar pelo lado. Como o Brasil ficou sem armação, com Oscar na posição centralizada, Neymar voltou a jogar pelo meio. De quatro situações de gol, duas foram em conclusões dele.

Efeito de erro japonês

Marcelo alega ter sofrido um pênalti no segundo tempo, quando foi puxado na área. Para o capitão Thiago Silva, o árbitro turco Cuneyt Cakir só não anotou a falta, porque foi influenciado pela repercussão do erro do japonês Yuichi Nishimura na partida de estreia do Brasil contra a Croácia. Naquela oportunidade foi marcado um pênalti inexistente em Fred. “Se não fosse tão falado por vocês, ele teria dado o pênalti”, disse o zagueiro.

 

Minha prioridade é seguir na França, mas estou aberto a outras oportunidades”, disse Ochoa

Minha prioridade é seguir na França, mas estou aberto a outras oportunidades”, disse Ochoa

Herói desempregado

Guillermo Ochoa, que fez pelo menos quatro defesas espetaculares contra o Brasil, não sabe onde jogará após a Copa do Mundo. Seu contrato com o Ajaccio, da França, se encerrou ao final da temporada europeia. Até o jogo de ontem o mexicano não havia sido contrato por outro clube. Aos 28 anos, Ochoa estava no Ajaccio desde 2011, mas saiu após a campanha de rebaixamento no Campeonato Francês. “Minha prioridade é seguir na França, mas estou aberto a outras oportunidades”, disse.

Hulk não está lesionado

Hulk tinha condições de enfrentar o México, mas foi colocado no banco por uma decisão do treinador Luiz Felipe Scolari. Desta maneira, a presença do atacante não está assegurada diante de Camarões, na segunda-feira, em Brasília. Ramires foi escolhido para entrar na vaga de Hulk, mas foi sacado do time no intervalo. Bernard é que recebeu a chance de jogar na segunda etapa. Nenhum deles correspondeu plenamente.

“Todo mundo sabe que eu quero sempre jogar. Mas o que posso fazer? Só respeitar a decisão do treinador. Estou bem, tranquilo e não estou lesionado. Nem falei com o Felipão. Aliás, ele nem me deve satisfação. Toma a decisão que achar melhor. Mas sei que estava pronto para jogar”, disse o atacante.

Ramires não rendeu bem, jogando numa função que não é a sua: aberto pelo lado do campo – como se fosse um ponta. Já Bernard apareceu bem no começo do segundo tempo, quando cruzou a bola para o cabeceio de Neymar, mas Rodríguez conseguiu chegar na jogada à frente do atacante brasileiro. Mas, depois, Bernard também desapareceu em campo.

A decisão de Felipão em deixar Hulk na reserva é um recado, que ele manda, indicando a disposição de mudar a equipe. Até porque, o rendimento foi insatisfatório nos dois primeiros jogos da Copa.

Vaga fica para última rodada

Felipão irritadoDesde a Copa na Argentina, em 1978, o Brasil não deixava a classificação para a última rodada da primeira fase. Esta é a consequência do empate desta terça diante do México por zero a zero, no Castelão, em Fortaleza. Mesmo que ocorra empate entre Camarões e Croácia, no jogo desta quarta, ainda assim a Seleção Brasileira vai depender de um ponto no confronto com a equipe camaronesa.

Em 1978, a equipe treinada por Cláudio Coutinho empatou os dois primeiros jogos – diante de Suécia e Espanha – e só garantiu a vaga na última rodada da primeira fase com a dramática vitória diante da Áustria por 1 a 0 (gol de Roberto Dinamite). Desde 1982, o Brasil não sabia o que era tropeçar nas duas primeiras partidas do Mundial.

Os dias serão tensos até a partida de segunda-feira contra Camarões. Prova disso foi a irritação do técnico Luiz Felipe na entrevista coletiva, após o jogo de ontem. As respostas foram secas e mal-humoradas.

BRASIL (0)

Júlio César

Daniel Alves

Thiago Silva

David Luiz

Marcelo

Luiz Gustavo

Paulinho

Ramires (Bernard)

Neymar

Oscar (Willian)

Fred (Jô)

T. Luiz Felipe Scolari

 

MÉXICO (0)

Ochoa

Rodríguez

Rafa Márquez

Moreno

Aguilar

Vázquez

Layún

Herrera (Fábian)

Guardado

Giovanni dos Santos (Jiménez)

Peralta (Chicharito Hernández)

T. Miguel Herrera

 

Árbitro: Cuneyt Cakir; assistentes: Bahattin Duran e Tarik Ongun (trio da Turquia). Local: Estádio Castelão, em Fortaleza/CE.

 

 

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