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Audiência na Câmara : Violência cotidiana não diminui valor das conquistas femininas

Audiência na Câmara : Violência cotidiana não diminui valor das conquistas femininas
17 março
17:56 2014

Vida de mulher não é nada fácil. Mesmo que numericamente sejam a maioria da população brasileira, elas continuam em minoria na divisão das tarefas domésticas, na divisão dos melhores cargos profissionais e dos salários e, infelizmente, só vencem no quesito violência: 43% das famílias brasileiras vivem num ambiente de violência doméstica, onde a mulher é a principal vítima.

Violência cotidiana não diminui valor das conquistas femininas

Violência cotidiana não diminui valor das conquistas femininas

foram alguns dos fatos relatados durante a audiência pública realizada na sexta-feira, 14/03, proposta pelo vereador Tenente Bruno (PT), com o título “Lugar de mulher é onde ela quiser”, visando a valorização das escolhas profissionais femininas. Mas, como a questão da violência doméstica é um tema preponderante quando o assunto é mulher, durante a reunião ele também foi um dos mais levantados pelos participantes.

Para se ter uma ideia do tamanho do problema: uma em cada quatro brasileiras já foi vítima de algum tipo de violência, seja física, moral ou psicológica. A cada cinco minutos, uma mulher é agredida, e em 70% dos casos, o agressor é o companheiro, o namorado ou o ex-marido. O Brasil é o sétimo país onde mais se matam mulheres.

Para o vereador Tenente Bruno, este tema se tornou prioridade em seu mandato. Tanto, que assumiu o compromisso, quando representou a Frente Parlamentar Municipal dos Homens Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, em Brasília e em Porto Alegre, de “mostrar o cartão vermelho toda vez que subir à tribuna”.

“Meu gabinete está sempre à disposição das companheiras para lutar contra esse tipo de abuso”, afirmou o parlamentar em seu discurso de abertura da audiência.

Multiprofissional – O plenário da Câmara de Vereadores reuniu representantes de diversas categorias profissionais representando a mulher pelotense. A secretária municipal de Justiça Social e Segurança, Clesis Crochemore, a deputada estadual Miriam Marroni,  a diretora de Economia Solidária, Nelsa Nespolo, a ex-vereadora Diosma Nunes, a presidente do Conselho Municipal de Direitos da Mulher, Diná Bandeira a presidente do Grupo Autônomo de Mulheres de Pelotas, Zeli Franco, a delegada da Polícia Civil, Maria Angêlica Gentilini da Silva, a Oficial da Brigada Militar, Tenente Luciana da Silva, a Frentista Pâmela Silva, a Vigilante Pâmela Sandin, a Cobradora de Ônibus – Maria Alícia, a Lutadora Luíza Ávila, a Guarda Municipal Jamila Gill, a  Pesquisadora e Agrônoma Maria do Carmo Raseira; a presidente do Sindicato das Empregadas Domésticas de Pelotas, Ernestina Pereira, a Bombeira Militar,  Soldado Tahiane Schneider, a Taxista Iracema Tomazini e a Agente de Trânsito, Benhara Damero.

As mulheres também mostraram seu desempenho nas apresentações de lutas de box e jiu-jitsu. Luíza Ávila e Natália Sedrez, da Equipe Machado de Taekwondo, Centro de Treinamento Evolution de Arroio Grande, alunas e alunos do Mestre Paulinho, Gabriel x Paula Eduarda, Pedro x Camila Xavier, Lívia x Camila Conceição. “Para quem ainda acha que a mulher é o sexo frágil,  elas estão mostrando que isso não é mais assim”, disse o Tenente Bruno ao final da apresentação”.

Exemplo – O vereador Ricardo Santos (PDT) emocionou a plateia e convidados com um discurso onde lembrou a história de sua mãe, vítima de violência doméstica e que soube superar os traumas sofridos e criar os filhos para serem “pessoas de bem”.

Já o vereador Ivan Duarte (PT) disse que, apesar de as mulheres terem conquistado seu espaço na sociedade e no mercado de trabalho, elas ainda não conseguem “dizer para o companheiro que a casa é dos dois. A divisão do trabalho doméstico é uma bandeira que deve ser levantada ainda mais”.

A deputada Miriam Marroni considerou que a igualdade entre gêneros só começará a existir, realmente, quando o tema estiver incluído no conteúdo escolar. “De cada 10 mulheres que nascerem agora e que ainda nascerão, sete sofrerão violência”, afirmou Miriam. “Para que essa estatística cruel seja modificada, temos que mudar o comportamento desde as crianças”.

Ao final da audiência, as mulheres foram homenageadas com a canção “Maria, Maria”, de Milton Nascimento, na voz da jovem cantora Catarina Polino.

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