Diário da Manhã

Após seis horas de julgamento, foi absolvido ontem pelo Conselho de Sentença do Tribunal do Júri o empresário Rogério Grimm, pelo duplo homicídio de dois indivíduos que assaltaram seu estabelecimento comercial, o espancaram e torturaram física e psicologicamente enquanto exigiam mais dinheiro do que ele possuía, em torno de R$ 900,00.

Os bandidos ameaçaram matar sua família se ele não entregasse mais 3 mil reais além do que já havia dado.

A tortura psicológica convenceu o empresário de que ele precisava reagir para proteger sua família, por isso ele sacou de uma arma que estava na cintura, trocando tiros com os bandidos que fugiram em uma motocicleta.

Na sequência, ligou para a polícia que solicitou que ele fosse até a delegacia para tentar reconhecer os dois através de fotografias, o que seria impossível, pois estavam de capacete.  Antes mesmo de sair para a delegacia, Rogério recebeu ligação da polícia informando que os assaltantes encontravam-se baleados em via pública. Acreditando que as ameaças poderiam se concretizar, tendo em vista o comerciante ter revidado e que os assaltantes pudessem ser presos, Rogério dirigiu-se até o local, convencido de que outra coisa não poderia fazer, a não ser defender sua família das ameaças e do perigo iminente.

Rogério efetuou um disparo em cada um, dentro da ambulância do SAMU, após recebeu um disparo por parte de um policial para conter o ato.

JULIANA Doro e Roger Cavichioli foram os advogados que defenderam o comerciante

A tese defensiva de que o empresário agiu ao abrigo da excludente de inexigibilidade de conduta diversa, restou acolhida com a consequente absolvição.

Destaca-se a atuação do magistrado Régis Vanzim e do promotor José Olavo Passos, que deu uma aula magna a respeito do que se tratava a tese defensiva e ao final, como não poderia deixar de ser, deixou a cargo dos jurados decidirem, não propondo nem a absolvição, nem a condenação. A conduta recebeu os elogios da maioria das pessoas presentes no plenário. O magistrado como é de seu jeito e feitio, foi impecável na condução dos trabalhos.

Os advogados Roger Cavichioli e Juliana Doro foram os defensores de Rogério Grimm, atuando com desenvoltura desde quando o fato ocorreu até o julgamento ocorrido ontem.